Em entrevista ao programa Timeline desta quarta-feira (02), na Rádio Gaúcha, o ex-sócio da boate Kiss Elissandro Spohr (Kiko) disse que reconhece sua parcela de responsabilidade na tragédia que matou 242 pessoas em 2013, em Santa Maria. Kiko afirmou que seu erro foi confiar nas autoridades competentes que permitiram que a boate fosse aberta sem as devidas condições de funcionamento. Ele acredita que todas as autoridades deveriam estar respondendo a processo.
Na entrevista, Kiko disse que fez todas as reformas solicitadas pelos órgãos competentes antes de abrir a boate e que faria outras alterações na estrutura se fosse solicitado. Sobre a espuma utilizada para abafar o som, ele declarou que não era proibida, e que o problema foi o incêndio provocado pelo artefato explosivo.
Spohr afirmou não saber que a banda Gurizada Fandangueira utilizava os explosivos durante o show e que ninguém conseguiu provar até hoje que o grupo tinha o costume de utilizar os artefatos em shows.
Emocionado, o empresário disse que foi transformado em um bandido: "Eu virei um monstro perante a sociedade como se desejasse uma coisa dessas". Contou ainda que perdeu os amigos, a liberdade e a banda que tocava.
Elisandro Spohr depôs ontem na justiça de Santa Maria. Para completar a fase de interrogatórios, outro ex-sócio da boate, Mauro Hoffmann, será interrogado na próxima quinta-feira (3), em Porto Alegre. Outros dois réus, membros da banda, também já foram ouvidos. Eles são acusados de 242 homicídios e de 636 tentativas de homicídio.