O aumento do número de casos de microcefalia associados à zika obrigaram o Ministério da Saúde a anunciar a adoção de uma medida de guerra para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença - o mesmo que transmite a dengue e a chikungunya. A pasta estabeleceu como meta visitar todos os imóveis brasileiros, de residências rurais a shoppings em até 40 dias - até 31 de janeiro.
As visitas servirão para eliminar possíveis criadouros e orientar os proprietários sobre os riscos da doença. Os 266 mil agentes comunitários, somados a pelo menos 43,9 mil funcionários de combate a endemias, além de soldados do Exército recrutados para a operação, devem visitar pelo menos 20 casas por dia para cumprir a meta.
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Defesa Civil, bombeiros, polícias, vigilâncias sanitárias e equipes de limpeza urbana também poderão ser convocados, dependendo da demanda de cada município. Os fiscais envolvidos na operação poderão obter autorização judicial para entrar em imóveis que estiverem fechados ou em que os moradores se recusarem a liberar a entrada, segundo uma portaria do Ministério da Saúde publicada em 2006. Só em São Paulo, 29.638 agentes comunitários e 4.926 equipes atuarão em 606 municípios - nos demais, agentes de endemia devem atuar.
Para o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, a situação impõe medidas firmes:
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- Esta é uma questão de emergência para a saúde. Se hoje nós não temos vacina ou algo de concreto e efetivo diferente de tudo que tem sido feito no combate ao vetor, o mais efetivo é a eliminação de todo e qualquer recipiente que junte água parada e prolifere o mosquito.
Salas de comando
A estratégia de combate foi montada na sala de comando criada em Brasília para acompanhar a evolução da epidemia em todo o País. Outros 17 Estados também já se equiparam para monitorar a situação de maneira permanente e enviar respostas à unidade central. Maierovich lembrou que a situação pode piorar no verão com o aumento esperado do volume de chuva em alguns Estados.
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A quantidade de lixo produzido durante as festas de fim de ano e o aumento do fluxo de pessoas no período das férias também preocupa as autoridades. O diretor ressaltou que essa é a época do ano em que os casos de dengue também se intensificam, só voltando ao normal no meio do ano.
O Ministério enviou aos Estados no Nordeste e do Sudeste, onde a situação pode se agravar, mais de 17,9 toneladas de larvicida. Por enquanto, no entanto, a pasta não tem data para o reabastecimento dos estoques de repelente no País.
O produto sumiu das prateleiras nas últimas semanas depois do alerta sobre a relação da zika com a microcefalia em bebês.
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- A situação pegou os fabricantes de surpresa. Estamos procurando ver a composição de produtos para proteção das gestantes. Mas esse estudo ainda não está completo - disse Maierovitch.
De acordo com o secretário de vigilância em saúde do Ministério, Carlos Nardi, os projetos atualmente encaminhados em busca de respostas sobre a doença ainda não podem ser adotados:
- Aquelas tecnologias que são noticiadas como novas para combate o vetor ainda estão em fase de pesquisa e validação. E nenhuma delas está em estágio de aplicação imediata.
*Estadão Conteúdo