A menos de uma semana do fim do trabalho da corregedoria da Assembleia sobre as suspeitas envolvendo o deputado Mário Jardel (PSD), a defesa do parlamentar solicitou o afastamento do corregedor da Casa, deputado Marlon Santos (PDT). As informações são do blog Cenário Político, da Rádio Gaúcha.
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O documento, assinado pelos advogados Amadeu Weinmann e Luiz Fernando Smaniotto, argumenta que Santos não respeitou o Código de Ética Parlamentar porque não teria mantido discrição e sigilo na condução do trabalho. Também reclama que o direito à ampla defesa não teria sido assegurado.
O requerimento foi encaminhado ao próprio corregedor e ao presidente da Assembleia, deputado Edson Brum (PMDB). Os advogados entendem que o Santos adiantou parte de seu parecer à imprensa, e pede que sejam anulados todos os atos praticados até aqui. Também sugerem que outro deputado da Comissão assuma o cargo.
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Ao questionar a quebra de discrição e sigilo, a defesa cita uma entrevista do corregedor à Rádio Gaúcha no último domingo.
Questionado sobre a impressão acerca da culpa de Jardel sobre supostas irregularidades cometidas em seu gabinete, o corregedor respondeu: "eu vou tentar esmiuçar ao máximo o problema nesse parecer, uma coisa é certa: incólume não tem como sair, incólume não tem como sair, se eu conseguir acrescentar mais provas de que realmente a armação era concreta eu vou ter que levar isso para a Comissão de Ética, mas o processo não vai poder parar, porque culpabilidade existe de um jeito ou de outro.
Nesta sexta-feira, o corregedor respondeu ao pedido de afastamento.
–Sempre fui imparcial, para um lado ou para o outro, esta tentativa é para prestar contas enquanto advogado. O processo na Assembleia é político e tem um trâmite completamente diferente. Não preciso nem escutar a defesa, não sou obrigado, fiz por ética e bondade –, defendeu Marlon Santos.
A queixa sobre falta de discrição também é feita contra a defesa. Na última terça-feira, o corregedor notificou o escritório de Weinmann sobre a situação da advogada Vitória Lacerda Winck, que até então participava da equipe de defesa. Apesar de ter sido nomeada chefe de gabinete de líder, na bancada do PSD, Vitória acompanhou parte da varredura feita no gabinete de Jardel.
Mais tarde, a corregedoria descobriu a situação e afirmou que ela teria exposto uma reunião sigilosa em que testemunhas foram ouvidas.
– Ela não poderia estar lá. Além disso, o pai dela gravou parte da audiência da comissão de ética na semana passada, que era sigilosa, e divulgou no facebook –, disse o corregedor.