Plano de ação
Esta cúpula espera criar um plano de ação com projetos concretos que respondam às preocupações das duas partes.
No entanto, alguns dirigentes africanos expressaram sua irritação por essa pressão europeia sobre a África. "Os migrantes africanos não são tão numerosos como se diz. Por que tant ênfase nos migrantes africanos?", questionou o presidente senegalês Macky Sall.
Ao contrário do fluxo de refugiados sírios, as migrações da África são "um problema de longo prazo", ressaltou um diplomata europeu.
A reunião em Valletta tem sido planejada desde a primavera (hemisfério norte), na sequência de um naufrágio dramático em que 800 migrantes se afogaram no Mediterrâneo, uma "rota" tomada por milhares de migrantes africanos.
Desde então, a atenção deslocou-se para os Bálcãs e aos requerentes de asilo sírios, ainda numerosos, mas o fluxo vindo da África não parou. E os europeus estão determinados a impedir aqueles que não consideram refugiados, com exceções como os eritreus.
Estes eram os mais numerosos entre os mais de 140.000 imigrantes que chegaram na Itália por mar em 2015, mas a Organização Internacional para as Migrações (OIM) também contou mais de 19.000 nigerianos, e milhares de somalis, sudaneses e gambianos.
Uma das questões mais espinhosas em Valletta refere-se ao "regresso e readmissão" na África de imigrantes em situação irregular, que a UE quer acelerar.
A UE propõe igualmente ajudar o continente a lidar com a sua migração interna, ajudando os países que acolhem muitos migrantes, como o Sudão, Camarões e Etiópia.
Um acordo específico da UE com a Etiópia deve ser anunciado em Valletta.
A Anistia Internacional teme precisamente a proliferação de acordos bilaterais discretos em Valletta.
"A UE pretende terceirizar seu problema da migração", lamentou Iverna McGowan, funcionária da ONG, em entrevista à AFP.
* AFP