A reportagem do Santa conversou por telefone nesta sexta-feira à noite com o blumenauense Carlos Locatteli, que mora em Paris há nove anos e trabalha como consultor de um banco de investimento na capital francesa. Ele contou que a orientação do governo é para não sair de casa. Os metrôs pararam e a polícia e o Exército foram para as ruas. Morador do 15º distrito, a cerca de cinco quilômetros de onde ocorreu o primeiro atentado, na casa de espetáculos Le Bataclan, Locatelli conta que a imprensa francesa noticiou sete atentados até as 22h desta sexta-feira.
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Ele explicou que o Plan Vigipirate, que é o plano de vigilância e alerta francês para combater o terrorismo, já estava na cor escarlate nas últimas semanas, que significa alerta máximo. O adesivo com o alerta é espalhado por locais públicos e, segundo o blumenauense, o Serviço de Inteligência já estava em alerta - fato noticiado também pela imprensa local.
- Não é o primeiro e não vai ser o último ataque. Temos que ficar atentos às informações na imprensa e tentar evitar os lugares de aglomeração de pessoas. As fronteiras foram fechadas e não temos muito o que fazer. Desde o ataque ao jornal Charlie Hebdo, em janeiro deste ano, a extrema direita se aproveita da situação para criticar os imigrantes, mas os autores desses ataques geralmente são as chamadas células dormentes, que são indivíduos prontos para agir em pontos isolados da França. É impossível combater esse tipo de crime. Não sinto essa sensação de medo ainda. Mas se eles (os atentados) começarem a se intensificar, essa sensação muda - relatou.
Carlos Locatelli é blumenauense e mora em Paris há nove anos
Confira a entrevista que a repórter Fernanda Ribas fez com o blumenauense por telefone na noite desta sexta-feira:
Os terroristas que atacaram a sala de espetáculos parisiense Bataclan na noite desta sexta-feira, durante a série de atentados em Paris, dispararam com o rosto descoberto durante vários minutos contra o público que assistia a um show, tendo inclusive recarregado as armas, relatou um jornalista que estava no local. A polícia confirmou cerca de 100 mortes até a noite desta sexta-feira.