No Beco do Nego Zê, comércio de drogas à luz do dia chama a atenção dos vizinhos

O beco que fica próximo às ruas Fernandes Vieira e Barão do Triunfo, na vila e bairro Carolina, zona norte de Santa Maria, é conhecido como Beco do Nego Zê há pelo menos 11 anos, segundo a polícia. O local, o menor dos três becos abordados nesta reportagem, com cerca de 15 casas, tem esse nome por conta de José Valdemar Teixeira, 34 anos, apelidado de Nego Zê. Era lá que ele chefiava o tráfico de drogas até ser preso. Entre os mais de 22 anos de prisão ao qual Nego Zê está condenado, estão crimes como furto, roubo, tráfico, tentativa de homicídio e homicídio.

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Pelo difícil acesso, a reportagem não conseguiu entrar no local, mas colheu depoimentos nas redondezas.

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Atualmente, Zê está preso na Penitenciária Estadual de Santa Maria. Ele havia passado para o regime semiaberto em março deste ano. Em menos de um mês, foi indicado e preso pela polícia como suspeito de pelo menos 10 assaltos e, desde abril, está no regime fechado novamente.

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Conforme o relato de pessoas que moram perto da entrada do beco, o movimento no local é muito grande devido ao tráfico de drogas. Apesar disso, brigas e discussões ocorrem somente no pequeno beco, sem os vizinhos da redondeza serem atingidos diretamente.

- Ali só tem coisa ruim, o domínio é do tráfico. A gente convive assim: eles não se metem com a gente nem nós com eles. A gente olha e faz que não vê, porque é melhor deixar como está. Não atingindo a gente é o que importa - conta um vizinho.

Um fato que chama a atenção no local é que poucos moradores conhecem, de fato, o Nego Zê pessoalmente, mas apenas pelo nome. Outro fato destacado é a presença constante da Brigada Militar. Mesmo assim, a venda de drogas é escancarada. Os clientes são dos mais variados tipos: pessoas que chegam a pé, em carros de luxo, universitários e até idosos.