O acordo de delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez (AG), que deverá sair junto com acordo de leniência da empreiteira, indicará corrupção para obras da Copa em dois estádios: Maracanã, no Rio, e Arena Amazônia, em Manaus.
As tratativas entre os réus da AG e os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato ainda estão em andamento. Uma reunião está ocorrendo na tarde desta sexta-feira em Curitiba, base das investigações dos suspeitos sem foro privilegiado na Justiça. É o caso de Otávio Azevedo, presidente da AG. O acordo deve ser selado até a próxima terça-feira. Com a admissão de culpa do empresário, ele deverá contar com penas reduzidas. A empresa, por sua vez, fará acordo de leniência admitindo pagar R$ 1 bilhão em indenizações.
Andrade Gutierrez confessa suborno na Copa e pagará multa de R$ 1 bilhão
Até o momento, o Beira-Rio, estádio reformado para a Copa em Porto Alegre pela AG, não foi mencionado no acordo de delação premiada. A obra foi executada por cerca de R$ 350 milhões, em um consórcio entre AG e o banco BTG Pactual. A empreiteira contou com financiamento de R$ 275 milhões do BNDES, enquanto o BTG entrou na parceria como garantidor.
- Em todas as delações feitas até agora por representantes de outras construtoras, nenhuma vez foi mencionado que a AG tenha pago suborno relativo ao Beira-Rio - diz um integrante da Lava-Jato.
Nas preliminares, Otávio Azevedo mencionou o nome de dois senadores que teriam recebido propina ligada a obras da AG. Por isso, o fechamento do acordo de delações será feito na Procuradoria-Geral da República e no Supremo Tribunal Federal, em Brasília.