
A transferência da aldeia caingangue para um local ainda próximo à rodovia foi um pedido dos próprios indígenas, admite a Fundação Nacional do Índio (Funai). A área da Aldeia Coqueiro de Estrela, um pouco mais afastada da margem da BR-386, mas ainda no quilômetro 359, foi adquirida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) como forma de compensação pela duplicação da BR-386.
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O local onde moravam antes, a Aldeia Estrela, fica em um ponto que será atingido pela ampliação da estrada. A negociação para a transferência teve o acompanhamento tanto da Funai quanto do Ministério Público Federal (MPF).
A remoção dos índios era um impasse que se arrastava desde 2010, quando saiu a ordem de serviço para a duplicação da BR-386 entre Tabaí e Estrela. A obra deveria ficar pronta em 2013, mas a falta de acordo entre Dnit e Funai sobre a construção de 29 casas para receber os índios ainda fazia com que um trecho de dois quilômetros nas proximidades da aldeia permanecesse sem obras.
O Dnit contratou a construção da nova aldeia em dezembro de 2013 e as 29 casas e um centro cultural foram entregues dia 23 de julho. Até fevereiro, devem estar concluídos ainda uma escola e uma casa de artesanato.
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A Funai sustenta que estava negociando com o Dnit a instalação de uma lombada eletrônica para controlar a velocidade no local, mas a resposta teria sido de que isso só poderia ser feito após a duplicação ser concluída. Procurado, o Dnit informou que os equipamentos devem ser colocados ao longo de 2016.
A Funai afirma ainda que negociava com a prefeitura de Estrela a possibilidade de o transporte escolar buscar as crianças na aldeia, e não mais na parada de ônibus junto à rodovia. A prefeitura contesta. Alega que não há registro do pedido.
Veja imagens feitas após o acidente: