O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edson Brum (PMDB), reagiu de forma ríspida às declarações do secretário da Fazenda, Giovani Feltes, que sinalizou, nesta terça-feira, que o governo pode não garantir o repasse integral de verbas no fim ano aos demais poderes.
- O Poder Legislativo é um Poder independente. Quem cuida das finanças aqui somos nós, e não o Executivo - disse, em entrevista no gabinete da presidência da Casa nesta terça-feira.
Conforme Brum, a presidência da Assembleia ainda não foi procurada para conversar sobre o assunto:
- Tenho certeza de que se houver alguma iniciativa nessa área o governador José Ivo Sartori vai nos ligar e nós vamos conversar. Vamos esperar um posicionamento oficial e tentar manter a harmonia.
O Piratini irá pagar o 13º salário dos servidores do Executivo na forma de empréstimo junto ao Banrisul, em nome do funcionário, medida que também poderia ser aplicada aos demais poderes. Na manhã desta terça, Feltes sinalizou a possibilidade de atraso no 13º durante entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha:
- Não podemos afirmar que teremos dinheiro para que os outros poderes possam cumprir o pagamento das suas folhas de 13º. A continuar a situação como está, dificilmente teríamos condições de repassar o dinheiro no montante necessário para que eles possam pagar a folha de pagamento (de dezembro) e, também, o 13º.
Frente às dificuldades financeiras, Sartori pretende convencer os chefes do Judiciário, Ministério Público, Legislativo, Tribunal de Contas e Defensoria Pública a adotarem a mesma alternativa.
Questionado sobre a possbilidade, o presidente do conselho de comunicação social do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Túlio Martins, foi taxativo e não escondeu a irritação:
- Não houve qualquer contato oficial. Se for o caso, o assunto deve ser tratado pelo governador, diretamente com o presidente do tribunal. Não vamos comentar entrevista de secretário em rádio.
O Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado preferiram não se manifestar. Já o Tribunal de Contas (TCE) informou, por meio de nota, que "ainda não foi comunicado oficialmente a respeito, mas examinará o assunto com a devida atenção, considerando a importância do mesmo para o Estado".
* Zero Hora