Em coletiva no Postão da Cruzeiro no início da tarde desta segunda-feira, o secretário de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, fez um apelo aos médicos para que retornem ao serviço no Pronto Atendimento do local.
Segundo ele, a garantia de segurança está dada pelo reforço do efetivo da Guarda municipal e da empresa de vigilância privada, além da presença da Brigada Militar. No entanto, desde a manhã desta segunda, dos 12 médicos do posto, somente dois profissionais estavam trabalhando. Para amenizar a situação, a Secretaria Municipal da Saúde deslocou outros três médicos de outras unidades para compor o atendimento.
No turno da manhã, foram realizados 70 atendimentos, sendo que, normalmente, são atendidos mais de 200 pacientes em um turno. A expectativa é a mesma para o turno da tarde: somente cinco médicos estarão presentes (apenas três fazem parte da equipe do posto). A preocupação maior, segundo funcionários do local, está no turno da noite, que começa as 19h, já que somente dois médicos garantiram a presença no trabalho.
As equipes do Programa Saúde da Família também não estão circulando nas ruas consideradas mais perigosas da região.
Secretário Municipal da Saúde falou com a imprensa nesta tarde
Foto: Eduardo Torres / Diário Gaúcho
Uma reunião entre o prefeito José Fortunati e o governador José Ivo Sartori acontece na tarde desta segunda-feira. A principal demanda da Secretaria Municipal da Saúde é que se crie um posto fixo da Brigada Militar junto ao Pronto Atendimento imediatamente. O plano a ser proposto ao Estado é que postos como esse sejam instalados em outros Pronto Atendimentos de Porto Alegre.
Justiça nega pedido de liminar do Simers para suspender reabertura do Pronto-Atendimento da Cruzeiro
A vice-presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Maria Rita de Assis Brasil, não acredita que todos os médicos voltarão ainda nesta segunda ao trabalho na Grande Cruzeiro. Para retomar as atividades, eles exigem que a secretaria apresente alguma solução permanente para a segurança das emergências de todas as regiões de Porto Alegre.
- Hoje está toda a Brigada Militar aqui e a situação é espetaculosa. Mas e amanhã, quando a Brigada não tiver mais condições de permanecer aqui? Os profissionais e a comunidade voltarão a ficar à mercê destas pessoas violentas e desses conflitos - conclui.
* Diário Gaúcho