O Ministério Público Federal em Brasília, que comanda a Operação Zelotes, apurou indícios do envolvimento do ministro gaúcho do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes no esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), conforme noticiaram os jornais Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo.
Por Nardes ter fórum privilegiado, trechos do inquérito foram remetidos para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de uma investigação.
O nome de Nardes surge no momento em que o ministro se prepara para apresentar no TCU o relatório que avalia as contas do governo federal em 2014 - se rejeitado, pode se transformar em uma das armas da oposição para a abertura de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Segundo o Estadão, na quarta-feira um ofício foi remetido pelo MPF ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. De acordo com pessoas ligadas à investigação, citações ao ministro teriam surgido em documentos apreendidos na Zelotes - na última semana a Polícia Federal realizou buscas em três empresas de Santo Ângelo, base política de Nardes.
Conforme a investigação, uma empresa que teria Nardes como sócio teria recebido dinheiro de um dos envolvidos no pagamento de propina a conselheiros do Carf.
Nardes negou ao Estadão qualquer envolvimento no caso investigado. Informou que, com o sobrinho - o advogado Carlos Juliano Ribeiro Nardes -, era sócio da empresa citada, da qual se desligou formalmente em 2005, antes de tomar posse no TCU, e não teve mais relações.
Na manhã desta quinta-feira, não houve quórum na sessão da CPI do Carf no Senado que votaria a convocação para depor de três ex-ministros da presidente Dilma citados em depoimento anterior na comissão.