Um ato preparatório para o próximo dia 18, quando está prevista uma ampla manifestação contra o governo de José Ivo Sartori (PMDB). Assim foi a marcha em defesa do serviço público, ontem, em Santa Maria.
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Ao contrário da semana passada, quando houve um ato em contrariedade ao parcelamento dos salários dos servidores do Estado, desta vez, o movimento tinha um componente adicional: a presença, quase que predominante, de sindicatos, entre eles a CUT (Central Única dos Trabalhadores), a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), a Central dos Movimentos Populares (CMP), o Cpers/Sindicato, entre outros.
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Todos em concordância elevaram o tom contra as gestões da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador Sartori. O alvo, invariavelmente, foi a política de ajuste fiscal da União e a crise financeira do Estado.
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Até chegar à Praça Saldanha Marinho, os manifestantes percorreram as principais ruas do centro da cidade. Por onde passaram, um saldo de trânsito lento, motoristas impacientes e, em alguns momentos, o entendimento e, até mesmo, palmas de populares em apoio aos servidores públicos.
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Uma viatura da Brigada Militar (BM) acompanhou de perto o deslocamento dos manifestantes, que chegaram a 500, conforme a polícia. O número, contudo, foi maior, segundo a organização do ato - que estimou 2 mil pessoas.
Na praça, os manifestantes cantaram canções de crítica ao Piratini. Alguns mais alterados disseram que o "governo será derrubado nas ruas". Um outro sindicalista fez críticas aos partidos mais conservadores e à "grande mídia" e foi categórico ao dizer que há "um golpe da direita para derrubar a presidente Dilma" (em referência a um possível impeachment).
Os líderes sindicais prometeram tomar a Capital na próxima semana e farão "tremer o Piratini e a Assembleia", repetiam alguns aos gritos.
Ânimos acirrados
Um incidente marcou o ato de ontem. A Gerência Municipal de Trânsito (GMT) notificou a Kombi da Associação dos Servidores da Universidade Federal de Santa Maria (Assufsm) que estava estacionada na Rua Venâncio Aires, próximo da praça, onde o ato era realizado. O veículo, conforme a gerência, estava estacionado em um lado da via onde há faixa amarela, o que é proibido. Um servidor ligado à Federal retirou o veículo, antes que fosse guinchado.
O fato desencadeou o fechamento da rua, que ficou trancada pelos manifestantes, e um protesto direcionado ao prédio da SUCV (sede do governo municipal). A partir dali, foram quase 15 minutos de confusão e de tumulto. A esquina das ruas Venâncio Aires e Acampamento ficou trancada. Apenas passavam ônibus do transporte coletivo. Um motociclista que furou o bloqueio foi agredido a chutes por dois manifestantes.
Após momentos de ânimos mais acirrados, o ato retornou à praça. Minutos depois, eles deram fim à marcha ao cantarem o Hino Riograndense e deixaram o recado de que na próxima terça-feira o Estado irá parar.