Apesar de o comando da Brigada Militar negar, a categoria já sente os reflexos da crise no Estado, que gerou protestos dos policiais devido ao parcelamento dos salários dos servidores. Na tarde desta quarta-feira, uma jovem de 25 anos foi assaltada na Praça do Mallet, na Avenida Liberdade, em Santa Maria. Militares do Exército que estavam próximos conseguiram deter o suspeito, um adolescente de 15 anos. Porém, a vítima e os militares que detiveram o adolescente precisaram esperar uma hora até a chegada de uma viatura da Brigada Militar.
Conforme a vítima, que é fisioterapeuta, ela saía do trabalho, por volta das 17h30min, quando o adolescente passou correndo e arrancou o celular da sua mão. Militares que estavam saindo do Regimento Mallet viram a ação e passaram a perseguir o suspeito. Ele tropeçou, caiu e foi imobilizado.
De acordo com a fisioterapeuta, foram cerca de 10 ligações para o 190, da Brigada Militar, e quase uma hora de espera até que uma viatura chegasse ao local. Segundo a jovem, na última ligação, a informação repassada pelos atendentes foi de que haveria apenas um carro para fazer todo o policiamento na cidade. Depois da chegada dos policiais, o suspeito foi levado à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) para fazer exames e, depois, encaminhado à Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento, onde foi registrada a ocorrência.
Em entrevista ao "Diário" na terça-feira, o comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO) Central, coronel Worney Mendonça, disse que a Brigada Militar em Santa Maria não vinha sendo afetada neste cenário de crise e protestos e que a quantidade de viaturas que não estavam circulando pelas ruas da cidade por problemas mecânicos ou de documentação é o mesmo do que em dias normais, antes dos protestos dos policiais.