Cerca de 30 mulheres, esposas de policiais militares, amanheceram em frente ao 9º Batalhão da Brigada Militar (BPM), principal quartel da região central de Porto Alegre, para manifestar descontentamento com o parcelamento do salário dos maridos.
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Na Avenida Praia de Belas, integrantes da Associação de Esposas de Policiais Militares do Estado (AESPPOM/RS) impedem que brigadianos saiam para trabalhar. De tempos em tempos, elas trancam o trânsito na via e gritam: "Salário atrasado, servidor parado".
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Claudete Valau, presidente da entidade que reúne cerca de mil mulheres, diz que a proposta é fazer ações durante toda a semana. Na quinta-feira, está previsto um panelaço em frente ao Palácio Piratini.
- A gente está brigando para assegurar um direito nosso. O temor da família é que, se ele parcelou agora, o que será no próximo mês? Muitas esposas não conseguiram nem fazer o rancho, pagar a luz, o aluguel - diz ela.
A cabeleireira Luciane Santos diz que o parcelamento atrapalha a vida das famílias porque, em geral, o salário das esposas é complementar à renda familiar.
- Eles que pagam as contas. Tivemos que nos adaptar nesse mês. Eu tenho quatro filhos, lá em casa a situação ficou muito complicada. Por que Sartori não parcela o salário dos deputados? - questionou.
Comandante do 9º BPM, o tenente-coronel Francisco Vieira diz que, mesmo com a paralisação, cerca de 20 a 30 homens realizam policiamento no centro. Do seu efetivo, 10 viaturas estão na rua. Ele afirmou que pediu reforço de outras companhias para garantir o policiamento na região.
- A Brigada Militar está cumprindo sua função, mas fica a cargo de cada policial se quiser sair para trabalhar - afirmou.
De folga na manhã desta segunda-feira, o sargento Marco Rodrigues, do 1º BPM e integrante da Associação dos Sargentos, Subtententes e Tenentes do Rio Grande do Sul, apareceu para dar apoio às esposas.
- Pela Constituição, não podemos protestar, mas prestar apoio é um direito cidadão - afirma o sargento.
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* Zero Hora