A presidente Dilma Rousseff recebeu, nesta quinta, a lista tríplice com o nome dos três candidatos mais votados para o cargo de procurador-geral da República. A entrega da lista foi feita pelo presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho, um dia após a categoria ter realizado eleições internas. Ao Broadcast, Robalinho disse ter ouvido da presidente que é "inegável" que o nível de votação em Rodrigo Janot, atual chefe do Ministério Público, foi alto e que isso representa aprovação da carreira à gestão do procurador-geral.
Janot liderou a lista, com 799 votos, contra 462 do segundo colocado, o subprocurador Mario Bonsaglia. Embora não seja uma obrigação, convencionou-se desde 2003 indicar o primeiro nome da lista tríplice apresentada pela categoria. Como publicou nesta quinta o jornal O Estado de S.Paulo, a presidente deverá reconduzir Janot ao cargo. Contudo, ele precisará ainda passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pela aprovação do Plenário do Senado.
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Robalinho negou que durante o encontro tenha sido tratado o cenário de aprovação de Janot no Senado. O governo aguarda um momento oportuno para fazer a indicação de Janot ao Senado diante do temor de que seu nome seja rejeitado. A expectativa de que políticos sejam denunciados em breve pela Procuradoria por suposto envolvimento no esquema da Lava-Jato deve dificultar a aprovação de Janot por parlamentares. Dos 54 políticos investigados atualmente, 13 são senadores. Participaram do encontro, além de Dilma e de Robalinho, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o vice-presidente da ANPR, Humberto Jacques.
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Robalinho disse ainda que a votação realizada nessa quarta foi "a maior votação do Ministério Público Federal" em termos proporcionais. Segundo ele, o máximo de participação da categoria que havia sido alcançado era de 74%, patamar que ontem foi de cerca de 80%.
*Estadão Conteúdo