Há sete décadas, Wataru Ogawa estava no Japão e servia o Exército na província de Hiroshima quando viu corpos espalhados pelo rio. Neste momento soube da bomba atômica que matou mais de 130 mil pessoas na cidade. Três dias depois, a casa onde morava em Nagasaki foi destruída por outra bomba. Neste sábado, Ogawa, 86, que se mudou há 51 anos para Frei Rogério, no Meio-Oeste catarinense, participou junto com outros japoneses e descendentes de uma caminhada na cidade. O evento que ocorreu na tarde deste sábado marcou o encerramento da 1ª Mostra da Paz: Hiroshima e Nagasaki ontem e hoje, para lembrar as vítimas após 70 anos dos bombardeios.
Mundo recorda em Hiroshima os 70 anos do primeiro bombardeio nuclear
O evento mobilizou a cidade de 2,4 mil habitantes. A caminhada iniciou por volta das 14h30min e contou com a participação de sobreviventes da bomba atômica, descendentes, autoridades e comunidade. Depois da caminhada, o público se reuniu no Parque Sino da Paz, que também relembra o acontecimento da bomba atômica. Mariko Ogawa (foto abaixo), esposa do idealizador do parque e também um dos sobreviventes, tocou o sino durante um minuto de silêncio em homenagem às vítimas.
Maoki Ogawa, filho de Wataru Ogawa e secretário da Associação das Vítimas e seus Descendentes de Explosão de Bombas Atômicas, afirma que na cidade, além do Parque Sino da Paz, o Museu da Paz traz fotos e também relembra as vítimas dos bombardeios.
- A comunidade japonesa em Frei Rogério é muito atuante em busca da preservação da cultura - explica.
A Colônia Japonesa de Núcleo Celso Ramos, em Frei Rogério, foi a primeira colônia de imigrantes japoneses em SC. Atualmente cerca de 22 famílias fazem parte dessa comunidade no município. Osny Alberton, prefeito de Frei Rogério, ressalta a importância desses imigrantes, que foram os que introduziram o cultivo do alho e nectarina em Santa Catarina.
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