Em junho, o governo do Rio Grande do Sul gastou R$ 15,2 milhões para pagar os 936 delegados da Polícia Civil, dos quais 54,7% estão em atividade. A conclusão é o resultado de mais um levantamento elaborado por ZH, a partir de dados disponíveis no Portal Transparência RS.
Na quinta-feira, reportagem mostrou os mais altos contracheques em sete empresas do governo do Estado. Ontem, ZH revelou que apenas 21 dos 497 coronéis da folha da Brigada Militar (BM) seguem trabalhando e que 96% dos R$ 10,4 milhões gastos com as remunerações dos oficiais foram destinados a aposentados. No caso dos delegados, os ativos ainda superam os aposentados e pensionistas, mas por uma diferença de apenas 88 servidores.
Folha de pagamento de coronéis pagos pela BM tem 96% de inativos
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A cada mês, faltam R$ 400 milhões nos cofres do governo do Estado
O total direcionado a inativos chegou a R$ 7,3 milhões em junho. Os dados também indicam que, em média, os profissionais em atividade nas delegacias receberam R$ 15,5 mil em junho, e os aposentados, R$ 17,2 mil.
A vice-presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Asdep), Nadine Tagliari Farias Anflor, afirma que, ao contrário de outras categorias, a classe não recebe horas de sobreaviso ou gratificação por risco de vida. Por isso, segundo ela, a remuneração é mais baixa se comparada a outros setores do poder público.
- O vencimento inicial é de cerca de R$ 12 mil, enquanto o de outras categorias supera a casa dos R$ 20 mil. Nenhum delegado na ativa chega perto do teto do funcionalismo (atualmente em R$ 30,4 mil) - afirma.
Nadine também considera o número de profissionais em atuação insuficiente. São 512, mas nem todos os 497 municípios do Estado contam com delegado próprio.
- Não é que falte gente, mas está longe de ser o número ideal. É importante que sejam realizados novos concursos públicos para reposição, já que, com novas aposentadorias, a quantidade tende a ficar ainda menor - diz a vice­-presidente da Asdep.