Ver seus entes se aventurarem de forma radical nos ares da Califórnia era uma situação à qual os familiares de Andrei Penz já estavam acostumados. Os três irmãos mais velhos - Christian, 44, Natacha, 40, Zara, 36 - já haviam experimentado a sensação de se jogar das alturas.
- Ele (Andrei) gostava muito de desafios, adrenalina. Ele vivia de forma intensa, apostava tudo no que fazia - relata a irmã Zara Penz, que também saltou de paraquedas quando esteve na Califórnia.
Paraquedista morre após salto nos Estados Unidos
Na noite deste domingo, uma missa organizada pelos amigos homenageará o paraquedista na Igreja São Manoel, na Capital. Ex-namorada do rapaz, a nutricionista Carolina Heineck é uma das organizadoras. Ela conta que o namoro terminou depois que Andrei foi morar nos Estados Unidos, em junho de 2007. Atualmente, ele namorava uma americana.
- Na época, o intuito dele era estudar. Trabalhava com o exército dos Estados Unidos, como dobrador de paraquedas, na mesma atividade que o irmão. A gente pedia para ele não fazer, temíamos que algo acontecesse. Mas ele dizia que não tinha medo. Vivia muito o agora, não fazia planos. Queria ser feliz. E foi assim que ele viveu, sempre com sorriso no rosto.
Orgulho do Rio Grande: gaúcho voltou pela última vez em agosto de 2014
Foto: Arquivo Pessoal
Homenagem tricolor: música e foto no telão da Arena
"Tu não os vê, tu não os toca, mas estão presentes. Vários momentos inesquecíveis me vêm à mente. Por isso, Grêmio, um campeonato, somente te peço. Para os Gremistas que, lá do céu, cantam comigo". Com este cântico, a foto no telão e um minuto de silêncio no início da partida entre Grêmio e Palmeiras, no último sábado, amigos e familiares prestaram homenagem ao paraquedista na Arena.
A imagem do brasão tricolor tatuada na canela do gaúcho mostra que o time era uma das paixões que, mesmo à distância, ele fazia questão de alimentar. Em sua última visita a Porto Alegre, em agosto passado, André acompanhou a família na torcida contra o arquirrival colorado. Em um dos posts que publicou no Instagram, fazia uma declaração de amor ao time:
VÍDEO: confira um dos últimos saltos gravados por Andrei
- Já são 30 anos carregando comigo as cores deste time e do Estado. Nos chamam de bairristas. De loucos. Mas só quem é do Sul e viveu aqui para entender o que se passa na cabeça de todos nós. É muito mais que bairrismo. São as raízes de um povo forte, aguerrido e bravo, mas cheio de virtudes. Um povo com o melhor churrasco do mundo, com as mulheres mais belas do mundo. Eu tenho orgulho de ser gaúcho, escolhi um outro pago para morar, mas minhas raízes vão sempre estar gravadas nesta terra que eu amei desde guri. E que siga assim, que me olhe e digam, "é só olhar pra ver que eu sou do SUL" - dizia a postagem.
Quando as cinzas dele chegarem ao Brasil, provavelmente em quinze dias, uma nova homenagem deverá ser feita pela família. Possivelmente, dentro da Arena.
- Ele conseguiu reunir um monte de colorados na Arena em dia de jogo do Grêmio. Era um agregador - afirmou a irmã.
* Zero Hora