Dez anos depois de denunciar o esquema do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson diz que não se arrepende de nada e que não tem mais projeções políticas. Ele deixou a prisão no mês passado e foi autorizado a cumprir o restante da pena em prisão domiciliar, em apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta terça-feira, ele comparou o mensalão com o esquema de corrupção na Petrobras.
De alvo a delator: a trajetória de Roberto Jefferson, que sai de cena mais de oito anos após denunciar existência mensalão
Roberto Jefferson deixa a prisão para cumprir pena em casa
- O mensalão foi o começo de tudo isso que está sendo descoberto agora. Mas não imaginava que poderíamos chegar a números tão relevantes, uma corrupção tão instucionalizada e enraizada como estamos vendo agora - avaliou.
O polêmico delator do mensalão chegou a dizer que a polícia descobriu repasses mensais do PT durante o mensalão e que agora os repasses do doleiro Alberto Yousseff consolidam ainda mais o esquema.
- Fico assustado que o pessoal não parou - afirmou, acrescentando que na época do mensalão a Petrobras não entrava no sistema de financiamento.
Jefferson, que recentemente se casou com a enfermeira Ana Lúcia Novaes, disse que recebeu convite para concorrer a deputado federal, mas explicou que não tem condições de saúde para entrar em campanha. O ex-deputado se recupera de um câncer no pâncreas.
- Vou ficar em casa ao lado da minha mulher, construir uma vida pessoal mais sólida - disse.
A vida de Jefferson, que foi condenado a sete anos e 14 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, vai ganhar biografia em breve, assinada pelos jornalistas Leticia Fernandes e Cassio Bruno pela editora Record. Atualmente ele trabalha como auxiliar de escritório de advocacia.
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*Rádio Gaúcha