Representantes do governo do Acre, parlamentares acreanos, Casa Civil e Ministério da Justiça decidiram pela suspensão do envio de haitianos e senegaleses para o sul do Brasil nesta quinta-feira.
Em reunião desde o fim da tarde, as autoridades definem quais serão os próximos passos para que os imigrantes cheguem ao Sul. Os dois primeiros ônibus - com 44 pessoas cada - iriam sair de Rio Branco (AC) nesta quinta, inicialmente, em direção a Porto Alegre. Porém, segundo o porta-voz do governo do Acre, Leonildo Rosas, nenhum ônibus saiu da garagem.
A suspensão foi decidida após um pedido do secretário municipal de Direitos Humanos de Porto Alegre, Luciano Marcantônio, para que a viagem dos imigrantes seja adiada para começar na próxima segunda-feira. De acordo com ele, a greve dos municipários que acontece na capital gaúcha atrapalha a recepção dos imigrantes, mas não é o determinante.
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De acordo com o porta-voz do governo acriano, o abrigo onde haitianos e senegaleses estão instalados tem capacidade para 200 pessoas, mas nos últimos dias tem tido quase mil alojados.
- Uma coisa eu garanto: eles não ficarão aqui (no Acre). A maioria dos haitianos tem preferência para ir a São Paulo, mas uma minoria optou pelo Sul, principalmente o Rio Grande do Sul. O governo do Acre nao ficará responsável por abrigo e qualquer acolhimento aos imigrantes. Por mais que nos esforcemos, (o abrigo) não tem as condições ideais para qualquer ser humano - afirmou o porta-voz.
A Defensoria Pública acreana visitou o abrigo onde a maior parte dos imigrantes está na tarde desta quinta-feira. Segundo o defensor Pedro Assed Pereira, os imigrantes ficaram "bastante decepcionados" com a suspensão das viagens.
A polêmica começou após o Diário Oficial do Acre publicar, em 12 de maio, detalhes sobre a contratação de ônibus para levar imigrantes em "caráter de emergência social" para outros Estados. Segundo a Secretaria de Direitos Humanos do Acre, são pelo menos oito veículos com capacidade para 44 passageiros cada, somando cerca de 350 pessoas.
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