O sorriso dos bogotanos evidencia a satisfação com o momento que vivem. Não é para menos. Percebe-se fácil a mão do Estado para beneficiá-los. Trata-se de uma capital que, entre os carros e as pessoas, ficou com as pessoas. Os passeios são largos e ajardinados. As ciclovias se estendem por 269,3 quilômetros, conforme o site oficial da cidade.
As ciclorrutas, como eles chamam, estão integradas aos BRTs, criados há 15 anos pelo prefeito Enrique Peñalosa, que veio a Curitiba copiar a ideia. Os articulados zunem por 104 quilômetros de corredores de concreto. Em cada estação envidraçada e ampla (e sem pichações ou cartazes de shows baratos), há boxes com ganchos para que os ciclistas pendurem suas bicicletas. São saídas para amenizar o trânsito pesado, que ainda exige rodízio de placas na hora do rush.
Ciclista levaria 15 minutos para percorrer todas as ciclovias de Porto Alegre
Bogotá é uma cidade para ser conhecida a pé - apesar da altitude. A segurança se faz presente nas ruas. É ostensiva. Tanto a pública quanto a privada, em que homens caminham sempre ladeados por cães. A luta contra o narcotráfico foi vencida, mas é nítido que a Colômbia não baixa a guarda. Labradores são parceiros inseparáveis de policiais e seguranças. Farejam veículos na entrada do estacionamento dos shoppings enquanto o porta-malas é revistado.
Quem entra a pé no shopping também passa por revista, com detector de metais. Ninguém reclama ou franze o cenho. Os bogotanos sabem o quanto foi dura a vida. E quanto ela melhorou. Por isso sorriem e se orgulham da sua cidade.
E isso, confesso, me fez trazer na mala uma ponta de inveja.
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