Dissidentes cubanos disseram nesta quarta-feira que a participação do presidente de Cuba, Raúl Castro, na Cúpula das Américas no Panamá é um "insulto". Segundo eles, o possível encontro entre o presidente cubano e Barack Obama seria "triste e doloroso".
- Para nós é muito triste e doloroso uma possível reunião entre Obama e Castro durante a Cúpula das Américas - disse Félix Rodríguez, residente nos Estados Unidos que participou da invasão à Baía dos Porcos para derrotar Fidel Castro em 1961.
- Isso é insulto, um tapa na cara de Cuba e de nossos anseios libertários - desabafou Jorge Luis García.
Estados Unidos anunciam aproximação histórica de Cuba
Rodríguez e García deram declarações com outros opositores e dissidentes cubanos, que participam de diferentes atos relacionados ao encontro. Nos dias 10 e 11 de abril, o Panamá será a sede da VII Cúpula das Américas, para a qual foram convidados 35 presidentes e chefes de Estado de todo o continente.
Embora o tema da Cúpula seja "Prosperidade com Equidade: o Desafio da Cooperação nas Américas", a maior expectativa reside em uma possível reunião entre Obama e Castro, depois da aproximação diplomática entre os dois países após meio século de hostilidades.
- A principal violação em prática atualmente na família ibero-americana é permitir à ditadura comunista dos Castro que participe de uma cúpula, violando a própria carta da OEA - disse García.
- Obama é um presidente que nunca teve experiência política de qualquer tipo e eu acho que não sabe exatamente o que são os irmãos Castro e o que é a ditadura implementada no país durante tantos anos - disse Rodríguez.
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Essa será a primeira participação de Cuba em uma Cúpula das Américas, desde que o fórum, mediado pela Organização dos Estados Americanos (OEA), foi inaugurado em 1994 em Miami.
- Não é o momento, porque em Cuba nada mudou. Achamos que não há equivalência moral e política entre uma democracia e uma ditadura - disse Silvia Iriondo, presidente da associação Mães e Mulheres Antirrepressão por Cuba.
*AFP