Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, na manhã desta quinta-feira, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato), professor Hermes Silva Leão, comparou o cerco aos professores próximo à Assembleia Legislativa, em Curitiba, nesta quarta, aos tempos do regime militar.
- Estavam se comportando de uma maneira que, mesmo na ditatura, a gente não viu aqui no Paraná. Já tivemos confrontos da categoria, como o de 30 de agosto de 1988, no mesmo local, mas mesmo os analistas políticos do Paraná dizem que não se tem notícias de algo tão violento.
Durante o confronto, mais de 200 pessoas ficaram feridas. De acordo com o representante dos professores, o Ministério Público foi procurado para investigar o comportamento das autoridades de segurança. A polícia usou bombas de efeito moral e cachorros para dispersar os professores.
Sobre a declaração do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), de que havia manifestantes de black blocs infiltrados, o professor afirmou que na terça, quando o grupo era menor, não havia ninguém com máscaras. Já no protesto maior de quinta, ele disse que tinha alguns jovens que não eram da categoria, mas que era inimaginável que a polícia pudesse agir de tal forma.
- Não é a primeira vez que o governador do Estado do Paraná se comporta e faz falas de alguém que vive em outro mundo. Toda vez que dá uma entrevista serve para acirrar ainda mais os ânimos - criticou o presidente do sindicato.
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Os professores protestam contra o projeto, aprovado nesta quinta, que altera o ParanaPrevidência, fundo criado para sustentar as aposentadorias dos servidores. O projeto inclui 33 mil inativos com mais de 73 anos, que até então recebiam de um fundo financeiro bancado pelo Tesouro.
Segundo Leão, o projeto reduz para a metade a segurança que tinham de manutenção do fundo por 50 anos. Uma reunião do comando estadual de greve do professores ocorre nesta manhã e o objetivo é convocar uma assembleia pra decidir os rumos da mobilização no Paraná.
Confronto em Curitiba
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