A Central Única das Favelas no Rio Grande do Sul (Cufa-RS) anunciou, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-29), que se realiza em Baku, no Azerbaijão, que irá abrir, no mês que vem, um escritório para tratar de projetos e temas relacionados a questões climáticas.
- Vamos seguir desenvolvendo as ações de ajuda humanitária e reconstrução no RS, aumentar os projetos nas comunidades impactadas pelas mudanças climáticas e essa iniciativa visa consolidar essa nossa atuação no Estado e gerar expertise, estudos, projetos e parcerias a partir dela - explicou Júnior Torres, presidente da Cufa.
Ele participou na tarde deste sábado (16) do painel Immersed Reality: VR Exhibition and Lessons about resilience and local action for recovery from Climate Distasters from Latin America (Realidade Imersiva: exibição VR e lições sobre resiliência e ação local para recuperação em desastres climáticos na América Latina), no pavilhão das Regional Climate Foundations, na Blue Zone (Zona Azul), a área reservada às delegações dos países.
Júnior também apresentou ações emergenciais adotadas pela Cufa diante das enchentes no Estado, com resgates, a arrecadação de cerca de 4 mil toneladas de alimentos e facilitando a chegada de ajuda humanitária.
- A Cufa abriu centrais regionais para apoiar nessa evacuação. em todas as regiões do Estado, também vem propondo que as casas, escolas, que estão sendo reconstruídas estejam em áreas não alagáveis - explicou.
Júnior também compartilhou as ações de reconstrução em Muçum, no Vale do Taquari, como recuperação de escolas e apoio à retomada econômica. Cerca de 60 novas casas foram construídas em local não exposto a alagamento:
- Uma dessas iniciativas é na cidade de Muçum, onde ajudamos a construir 60 casas. A gente busca junto aos governos municipais e estaduais construir programas que ajudem as pessoas nesse processo. criamos um programa no qual levamos para idosos um auxilio personalizado para a reconstrução de suas casas e a retomada de suas vidas.
Júnior participou do painel ao lado da também gaúcha e designer Sarah Ramos de Ávila, que realizou um projeto chamado Immersed Reality (Realidade imersa), produzido em realidade virtual (VR) sobre a enchente de maio. A obra, assistida com óculos de VR, traz imagens captadas em 360 graus das áreas alagadas, devastadas e em reconstrução na Região Metropolitana e Vale do Taquari.
- Nós trabalhamos com imersão, você pode ter a experiência em primeira pessoa e se conectar emocionalmente com aquela realidade - explicou.
O vídeo tem duração de cinco minutos, mas, embora curto, segundo Sarah, é possível, graças à realidade virtual, ter uma experiência muito profunda, focada no que se está observando, porque não há elementos distratores, como o celular.
Também participaram do painel, mediado pelo diretor audiovisual brasileiro Leonardo Menezes, a pesquisadora colombiana Andrea Ramírez, e o documentarista indiano Syed Jazib Ali.