Após seu pronunciamento na COP29, em Baku, no Azerbaijão, o vice-presidente Geraldo Alckmin conversou brevemente com a coluna sobre a situação da indústria e do agronegócio gaúchos, seis meses depois da tragédia climática de maio. Em sua avaliação, o setor industrial está se recuperando bem da enchente.
Alckmin garantiu o compromisso de que "a reconstrução do RS deve ser maior do que a destruição". Sobre o setor da agricultura, que pede mais R$ 5 bilhões de crédito, Alckmin afirmou que "o crédito que for possível precisa ser implementado".
Ele também antecipou que deve ir ao Rio Grande do Sul nas próximas semanas para um anúncio de investimentos do setor de silvicultura.
Confira a entrevista:
Seis meses depois da tragédia no Rio Grande do Sul, como está a recuperação da indústria gaúcha na sua avaliação?
Eu acho que está se recuperando bem. É um compromisso do governo do presidente Lula que a reconstrução seja maior do que a destruição. Então, é compromisso com os brasileiros do Rio Grande do Sul, com os gaúchos, esse trabalho. Aliás, eu devo estar indo nas próximas semanas ao Estado porque vai ser inaugurado e anunciado um grande investimento na área de celulose e papel.
O investimento da CMPC?
Exatamente, será um dos maiores investimentos do país.
Sobre o agronegócio, a verba federal para agricultores atingidos pela enchente acaba em poucos dias, e os produtores estão pedindo mais R$ 5 bilhões. É possível mais recursos?
É possível. O crédito, que for necessário, precisa ser implementado. O BNDES até tinha montado uma atividade expandida para ficar mais perto para a questão do crédito. E nós, no Ministério da Indústria, também tomamos uma série de medidas sobre o drawback (regime aduaneiro especial, que permite a suspensão ou eliminação de tributos incidentes na aquisição de insumos empregados na industrialização de produtos exportados). Ou seja, você, quando exporta, não paga imposto. Mas você precisa comprovar isso. Então, nós estendemos mais um ano esse drawback.
Estamos em uma conferência do clima, o senhor sabe que o agricultor gaúcho sofre com enchentes e com estiagem. Como aumentar a resiliência?
Tivemos, simultaneamente, no Rio Grande do Sul, em poucos anos, primeiro estiagem, depois enchente. E, enquanto tivemos a enchente no Rio Grande do Sul, seca na Amazônia. Isso mostra a gravidade da questão do aquecimento global e a necessidade urgente de preservar as florestas, reduzir o desmatamento, acabar com o desmatamento e a necessária descarbonização.
À coluna, a CMPC informou, por meio de nota, que receberá, na unidade de Guaíba, Alckmin, e o governador Eduardo Leite, no dia 2 de dezembro, para realizar o evento de entrega oficial do projeto BioCMPC e para tratar de temas prioritários do Projeto Natureza CMPC, como tratativas relacionadas a logística e operação portuária.