O juiz federal Sérgio Moro abriu, nesta quinta-feira, ação penal contra o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, um dos delatores da Operação Lava-Jato. Os três foram denunciados pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro. Segundo os procuradores, parte da propina paga a Renato Duque passou pela empresa Setal Óleo e Gás, de propriedade de Mendonça Neto, e chegou à Editora Gráfica Atitude, ligada ao PT.
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Com base no depoimento de delação do dono da Setal, a investigação revelou que dois contratos entre o grupo Setal e a Gráfica Atitude foram assinados em 2010 e 2013, nos quais notas fiscais falsas foram emitidas para justificar os repasses. A suspeita sobre os repasses para a gráfica foi um dos motivos da prisão de Vaccari, na décima segunda fase da Operação Lava-Jato, deflagrada em 15 de abril.
Na decisão em que recebeu a denúncia contra os investigados, Sérgio Moro disse que há suspeitas de que Vaccari tinha conhecimento da origem ilícita dos repasses.
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- Constam as declarações a respeito do acusado colaborador Augusto Mendonça, da Setal, que relatou em detalhes que parte da propina do esquema criminoso da Petrobras foi dirigida, a pedido de Renato Duque, a João Vaccari Neto, e ainda parcela deste montante, a pedido de João Vaccari Neto, para a Editora Gráfica Atitude - disse o juiz.
Os advogados de Vaccari afirmam que ele nunca pediu doações de origem ilícita para o PT e que todas as contribuições ocorreram de forma legal, por transação bancária. A defesa de Renato Duque nega que o ex-diretor tenha recebido propina enquanto ocupou a Diretoria de Serviços na Petrobras. Representantes da Editora Gráfica Atitude informaram que a empresa mantém seus contratos de forma regular. Eles se disseram dispostos a prestar esclarecimentos à Justiça.
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Vaccari e Duque são réus em outra ação penal que tramita na Justiça Federal em Curitiba, que trata dos desvios de recursos na Petrobras.
*Agência Brasil
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