Os esforços de algumas bancadas defendendo o adiamento da votação do projeto de lei da terceirização não convenceram o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele negou os pedidos por mais tempo e garantiu que todos os destaques que pretendem alterar o projeto original deverão ser votados nesta quarta-feira.
- Não é adiando para outra semana que vamos resolver. Não tenho compromisso ou interesse em qualquer dos resultados. Tenho interesse em que votemos, que enfrentemos o tema e o encaminhemos ao Senado - disse Cunha.
Cunha queria que o texto fosse finalizado na terça, mas a votação de um dos destaques acabou gerando confusão em plenário.
Terceirização tem semana de votação e protestos
O que muda para funcionário e empregador com projeto de terceirização
- Concordei com o adiamento por causa da confusão. Acho que 90% votaram sem saber o que estavam votando. Há uma confusão muito grande quando apresentam um destaque supressivo. Quando votamos sim, parece que estamos votando com a supressão, mas é justamente o contrário - explicou o presidente da Câmara.
Na votação de terça, os deputados aprovaram, por 360 votos a 47, um destaque do PSDB retirando a possibilidade de as empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, no âmbito da União, dos Estados, Distrito Federal e municípios, aplicarem as regras que constavam no texto-base aprovado semana passada.
Eduardo Cunha antecipou que, nas próximas semanas, pautará outro texto que trata especificamente da situação da administração pública. A intenção é evitar que essas esferas fiquem com um vácuo jurídico em relação a esse tipo de contratação.
A manifestação do presidente da Casa acabou com os esforços da base governista na Câmara. No fim da manhã de hoje, o líder da base aliada, deputado José Guimarães (PT-CE), tentou convencer Cunha a adiar a votação. Mesmo após a negativa, o parlamentar ainda apostou na conversa entre o presidente e líderes da oposição, que concordavam com o adiamento.
- Numa hora como esta, o bom senso indica o caminho da negociação e do diálogo. Ele (Cunha) quer votar, porque acredita que o texto está maduro. Em nome do governo, propus uma saída - afirmou Guimarães.
*Agência Brasil