Rio Grande da Violência. Nunca o Estado testemunhou tantos crimes. Nunca os bandidos se sentiram tão liberados para agir. Não adianta o governo tentar dourar a pílula e negar as evidências. Quando bandidos se sentem seguros para agir em plena luz do dia, interceptando um veículo para matar seus ocupantes com mais de 60 tiros numa das avenidas mais movimentadas de Porto Alegre, é porque algo está errado na segurança pública.
Se antes os criminosos agiam nas sombras e agora chegam ao cúmulo de mandar os passageiros de um ônibus descerem para executar um desafeto dentro do coletivo, é porque têm a confiança de que nada vai lhes acontecer. A verdade é uma só: temos policiamento de menos para criminalidade demais. De um lado, a população e os problemas cresceram. De outro, o efetivo da força policial permanece estagnado, com números de 20, 30 anos atrás. A conta não fecha. Essa matemática é amplamente favorável ao crime.
Leia outras colunas de Antônio Carlos Macedo
Reação imediata
Mesmo que segurança pública dependa de múltiplos fatores, é certo, em qualquer lugar do mundo, que polícia ainda é indispensável na proteção à coletividade. Nem os países mais cultos e desenvolvidos conseguiram inventar algo diferente. E hoje é raro avistar policiais em nossas ruas. São comuns os relatos de pessoas que atravessam Porto Alegre de ponta a ponta sem encontrar uma única viatura policial no caminho.
Obviamente, não dá para culpar apenas o atual governo pelo que está acontecendo. Mas também é óbvio que Sartori e companhia não fizeram nada para melhorar a situação. Ao contrário, medidas como o corte de horas extras e a diminuição do combustível à disposição da polícia servem apenas para piorar o que já era ruim. O governo garantiu que o ajuste não afetaria os serviços essenciais. Disse uma coisa e fez outra. Se não tem dinheiro, que o Piratini instale um gabinete de crise e congele as atividade de todos os setores não relacionados com segurança, saúde e educação, áreas fundamentais para a vida das pessoas. Chega de imobilismo. Chega de chororô. A sociedade gaúcha merece uma reação imediata do poder público. Com a urgência que a gravidade da situação exige.
Leia outras notícias do dia