A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Receita Federal preparou um documento de 17 páginas no qual faz uma análise da performance do ex-ministro José Dirceu como consultor de empresas. O documento, ao qual Zero Hora teve acesso, lista 46 clientes da JD Assessoria e Consultoria, empresa com a qual o político petista exerceu atividade de lobby de 2006 a 2013 - ano em que ele foi preso por envolvimento no Mensalão.
O estudo foi requisitado a partir da suspeita de que três empresas envolvidas na Lava-Jato (operação que investiga corrupção na Petrobras) tinham pago a José Dirceu para que ele fizesse consultoria. A intenção dos procuradores é descobrir se a atividade do ex-ministro encobre distribuição de propinas a políticos correligionários.
"No presente caso, pretende o MPF rastrear pagamentos efetuados pelas empreiteiras Galvão Engenharia, OAS e UTC Engenharia à empresa de consultoria JD Assessoria, na qual alega figurar como sócios José Dirceu e Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, supostamente irmãos", explica o documento.
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Entre as páginas 10 e 14 do documento, liberado terça-feira pela 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (onde corre o processo da Lava-Jato), a Receita lista os principais clientes de José Dirceu e quanto eles pagaram ao ex-ministro pelas consultorias. Os pagamentos aconteceram de 2006 a 2013.
Como já antecipou ZH, a listagem inclui seis empresas que tiveram contratos com a Petrobras suspensos por suspeita de irregularidades detectadas na Lava-Jato: OAS, Engevix, UTC, Camargo Corrêa, Egesa e Galvão Engenharia.
Além dessas, outra que pagou pelos serviços de José Dirceu foi a Jamp Engenheiros Associados Ltda. Ela presta "consultorias em parceiras empresariais no Mercosul" e, segundo o inquérito da Lava-Jato, pagava propina da Engevix para integrantes da Diretoria de Serviços da Petrobras (controlada pelo PT). A empresa pagou R$ 300 mil, em 2011, e R$ 1,1 milhão, em 2012, por serviços de consultoria prestados pela JD.
O listão também envolve consultorias que José Dirceu teria prestado para algumas das maiores empresas brasileiras e que nada têm a ver com a Lava-Jato. Nessa seleta clientela estão, por exemplo, a Ambev (cervejaria), a Parmalat (laticínio) e a Brasilinvest Empreendimentos e Participações.
Confira a lista completa dos clientes de José Dirceu:
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