Pela primeira vez, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu que a invasão e a posterior anexação da Península da Crimeia, entre fevereiro e abril do ano passado, foram premeditadas pelo Kremlin como castigo à Ucrânia pela derrubada do governo de Viktor Yanukovitch. Num documentário transmitido pelo canal de TV Rossiya-1 na noite de domingo, Putin revelou que o assunto foi discutido na madrugada do dia 23 de fevereiro do ano passado, logo depois da derrubada de Yanukovitch.
O presidente russo também afirmou que forças especiais russas resgataram o colega deposto e o levaram a Moscou para evitar que fosse "liquidado".
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Pouco depois dessas decisões, muros em Sebastopol e Donetsk começaram a ser pichados com a inscrição "banderistas assassinos" (alusão a Stepan Bandera, líder nacionalista ucraniano na II Guerra Mundial idolatrado pela direita no país por suas posições antissoviéticas).
Até o momento, Putin afirmava apenas que a decisão dos crimeanos de se integrar à Rússia fora uma reação aos desígnios "fascistas" das novas autoridades em Kiev. E quanto aos homens armados e veículos sem placa que cercaram prédios públicos e instalações militares ucranianas na Crimeia no início de março? "Milícias de autodefesa", dizia o presidente russo. O Kremlin garantia que a Rússia e o povo da Crimeia haviam se conduzido "de acordo com a lei internacional".
Se você tinha acreditado no Putin do ano passado, não desanime: em 2016 tem mais.