Nesta sexta-feira, o Ministério Público de Venâncio Aires denunciou Julio César Kunz, 35 anos, pelo homicídio qualificado da ex-mulher Miriam Roselene Gabe, 34 anos, ocorrido no último domingo.
Ele também foi denunciado por lesões corporais cometidas contra ela antes da morte, além da tentativa de homicídio qualificado contra o vigilante do Hospital São Sebastião Mártir. Kunz foi preso em flagrante e está atualmente no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.
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Os crimes, segundo o MP
No dia 22 de março, por volta de 22h, Julio César Kunz, desferiu socos e puxões de cabelo em sua ex-companheira. Motivado por ciúme, seguiu-a de carro, enquanto ela tentava fugir no veículo conduzido por Luciano André Hochscheidt, seu atual namorado. Julio Kunz interceptou o veículo no Acesso Leopoldina provocando uma colisão e partiu para cima da vítima, agredindo-a repetidas vezes. A agressão só cessou com a intervenção do namorado de Miriam e porque moradores anunciaram que a Polícia Militar estava a caminho.
Miriam e o namorado foram até a Delegacia de Polícia prestar queixa da agressão e ela foi orientada a seguir até o Hospital São Sebastião Mártir, por volta das 0h15min. Julio Kunz foi até o local e obteve junto ao Vigilante Luis Carlos Vilante a informação de que a mulher estava sendo medicada. O denunciado aguardou-a nas adjacências do hospital, esperando sua saída. Assim que Miriam estava saindo do hospital, recém medicada, o denunciado sacou uma arma de fogo e atacou-a de surpresa, perseguindo-a pelos corredores do setor de emergência, até alcançá-la e dominá-la. Ele a levou à força para fora do hospital, arrastando-a pelos cabelos, e, em frente ao local, atirou duas vezes no braço direito, uma vez no abdome e acertou um quarto tiro na têmpora direita da cabeça.
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Dessa forma, Julio César Kunz cometeu feminicídio valendo-se de recurso que dificultou a defesa da vítima, por motivação torpe e por questões de gênero, no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Antes de matar Miriam, Julio César Kunz, tentou matar Luis Carlos Vilante para assegurar a execução do feminicídio de Miriam Roselene Gabe. Ele atirou na região abdominal esquerda do vigilante, que somente não morreu por circunstâncias alheias à vontade do denunciado, já que foi prontamente socorrido por funcionários do hospital e submetido a procedimento cirúrgico de urgência. Após perseguir e dominar Miriam no interior do estabelecimento de saúde, Luis Carlos Vilante tentou defendê-la, momento em que Julio atirou contra ele. O denunciado valeu-se de recurso que dificultou a defesa do ofendido, já que o disparo foi dado de repente e à curta distância, o que reduziu a possibilidade da vítima esboçar qualquer reação.