As vagas destruídas nos presídios do Rio Grande do Norte chegaram a 1,5 mil, segundo o coordenador de Administração Penitenciária do Estado, Leonardo Freire. Pelo oitavo dia seguido, presos promoveram motins em 14 das 33 unidades prisionais. A superlotação é apontada como a principal causa.
A Força Nacional de Segurança poderá atuar dentro das prisões para controlar os motins, segundo a secretária Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Regina Miki:
- Não temos por hábito adentrar nos presídios, mas se necessário, em apoio à força local, será feito.
Os 215 homens da Força Nacional de Segurança deslocados para Natal chegaram na terça-feira ao Estado.
- A situação eclodiu diante da fragilidade do sistema (prisional) que não é de hoje. A polícia tem prendido cada vez mais e acredito que a superlotação nos presídios seja a causa desse problema. Temos autorização da Secretaria de Infraestrutura para construção de outras unidades prisionais - disse a secretária de Segurança Pública estadual, Kalina Leite.
São 7,7 mil presos para 4.666 vagas.
Motim resultou em mais uma destruição
Na manhã desta quarta-feira, houve um novo motim na Penitenciária Estadual Rogério Coutinho Madruga, que foi controlado, mas resultou em mais destruição.
- Foram destruídas celas e pavilhões. Os presos foram controlados dentro das muralhas. Mas não temos lugar para colocá-los. Alguns são transferidos para outras unidades, já lotadas, para que se faça o serviço de restauração - diz Leonardo Freire.
Segundo ele, não houve mortes.
Também pela manhã foi controlada a rebelião no Centro Educacional de Caicó, localizado a 280 quilômetros de Natal. Dois educadores eram mantidos reféns desde terça-feira. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Defesa Social, eles passam bem.
O Ministério da Justiça informou que está reforçando as ações de segurança pública com equipes e dois helicópteros da Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal, além de investimentos no sistema penitenciário. Entre as medidas de médio e longo prazo destacam-se a aceleração das obras de construção da Cadeia Pública Masculina no município de Ceará-Mirim, cuja capacidade é 603 vagas. Serão usados quase R$ 15 milhões do Orçamento da União.
O ministério doará equipamentos de segurança, como detectores de metais, fixos e móveis, e aparelhos de raio-X, que deverá ocorrer em até 120 dias. A pasta reforça que "não medirá esforços por agregar apoio material e logístico para o enfrentamento das atuais dificuldades".
*Agência Brasil