O caixa magro do governo federal fez com que a totalidade das construtoras que prestam serviços ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) desacelerasse seus trabalhos e algumas até parassem. Uma das obras ameaçadas, segundo a Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), é a Ponte de Laguna.
A entidade afirma que ainda está realizando um mapeamento sobre obras que já pararam no país, mas adiantou que a construção da maior ponte de Santa Catarina, que está na reta final, corre o risco de parar. O motivo, conforme o presidente da Aneor, José Alberto Pereira Ribeiro, é que o consórcio responsável pela obra tem perto de R$ 100 milhões a receber, sem perspectiva de quando isso ocorrerá.
- E é uma obra para acabar em 30 dias, só falta a iluminação - disse Ribeiro.
Previsão de entrega da Ponte de Laguna é para maio
Ainda segundo ele, o dinheiro disponibilizado ao Ministério dos Transportes até o mês de abril será insuficiente para quitar todos os compromissos e, ao final desse período, ficará uma conta em aberto de R$ 1,7 bilhão a pagar às construtoras.
- Esse ajuste fiscal vai dar uma quebradeira no setor - sentenciou.
A Aneor enviou ofício ao Ministério dos Transportes alertando para a crise que se instala nas empresas.
- Estamos trabalhando a 40% de nossa velocidade normal - concluiu Ribeiro.
Outro sinal claro da lentidão são as medições realizadas pelo Dnit. Em dezembro passado, o órgão reconheceu como realizados serviços que somam R$ 315 milhões, segundo a Aneor. Nos meses anteriores, o volume era da ordem de R$ 1,1 bilhão.