Na próxima semana, a CPI ouvirá o empresário Júlio Faerman, ex-representante da SBM Offshore. Glauco Legati, gerente da refinaria Abreu e Lima e Hugo Repsold, diretor de Gás e Energia da Petrobras, devem ser os próximos a prestar depoimentos.
Após cerca de quatro horas na CPI da Petrobras, o ex-diretor de serviços da estatal, Renato Duque, preso na segunda-feira por ter movimentado quase R$ 70 milhões no Exterior, disse que aguardará pelo momento certo para se pronunciar sobre o esquema de corrupção:
- Estou com a consciência tranquila e vou me defender na hora certa - disse, ao final da sessão.
Renato Duque chegou à CPI com cerca de uma hora de atraso, por volta das 10h30min, e, imediatamente, evocou seu direito constitucional de permanecer em silêncio.
- Existe uma hora de falar e uma hora de calar. Essa é a hora de calar _ antecipou o ex-diretor da Petrobras, mencionado como destinatário do pagamento de propinas por pelo menos cinco delatores da Operação Lava-Jato.
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Apesar de optar por não responder às perguntas dos parlamentares, Duque quebrou o silêncio por três vezes, todas em questões relacionadas a sua família.
Na primeira delas, rebateu a informação publicada em um blog da revista Veja, segundo o qual a esposa dele teria procurado Lula e seu assessor Paulo Okamotto e ameaçado delatar o envolvimento do ex-presidente na corrupção se Duque não fosse libertado. O ex-diretor da Petrobras disse que sua mulher nunca teve contato com o ex-presidente Lula.
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A segunda fala de Renato Duque também consistiu em uma negativa. O ex-diretor da Petrobras disse não conhecer o doleiro Alberto Youssef, que o acusou em delação premiada de receber propinas de empresas contratadas pela estatal.
Motivado por um questionamento da deputada Eliziane Gama (PPS-MA), que perguntou se o filho de Duque trabalharia na Technip, empresa francesa ligada à UTC, e se teria participação no esquema, Duque se pronuncia pela terceira vez:
- Eu faço questão de responder a essa pergunta. A Technip, empresa que você citou, não tem nada a ver com a UTC. (...) Meu filho trabalhou nessa empresa um tempo em Houston e um tempo no Brasil. Quando ele foi recrutado para trabalhar nessa empresa, eu fiz uma consulta formal no jurídico da Petrobrás se teria algum empecilho e a resposta foi não - declarou, dizendo que o filho não trabalha mais para a empresa mencionada pela deputada.
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Diante das constantes negativas do ex-diretor em se pronunciar, vários deputados sugeriram a Duque assinar um acordo de delação premiada. Alguns chegaram a cogitar solicitar a presença de sua mulher na CPI. A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) disse que a Casa vai pedir uma acareação com Renato Duque, Renato Barusco e João Vaccari Neto.
*ZERO HORA