Adolescentes, adultos e idosos: como foi a manifestação em Brasília

Diante do Congresso Nacional, em Brasília, a multidão reunida neste domingo lembrava junho de 2013. Porém havia uma diferença. Se há quase dois anos as agendas e os pedidos eram difusos, ontem o protesto ganhou alvos bem definidos: a presidente  Dilma Rousseff e o PT.

"Impeachment Já", "Fora PT", "A culpa é das estrelas" e "Corrupção Nunca Mais" estampavam faixas e camisetas ao longo da Esplanada dos Ministérios na mobilização que reuniu, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, cerca de 50 mil pessoas. Já os organizadores do protesto estimaram 100 mil participantes.

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- Luto por melhorias na saúde e educação, e pelo fim da corrupção. Chega de mensalão, chega de petrolão. A gente quer mudança - discursou o servidor público Marcos Roberto de Lima, 35 anos.

Rosto pintado, Lima estava no Museu da República no início da concentração, por volta das 9h30min. Aos poucos, ele seguiu a multidão que se espalhou pela Esplanada, até chegar ao gramado do Congresso por volta do meio-dia, auge do ato. Apesar do calor e do sol intenso, muita gente continuou no local até o final da tarde.

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Casais com crianças, adolescentes, adultos e idosos aderiram ao protesto, dominado pelo verde amarelo e sem a presença ostensiva de partidos políticos. Enrolados em bandeiras do Brasil ou trajados com camisas da seleção, milhares entoaram cânticos contra a corrupção e, principalmente, o governo.

- A nossa bandeira jamais será vermelha! Fora, Dilma! Fora, Dilma! - gritava a multidão, como se estivesse em um estádio.

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Também sobraram protestas contra aliados do governo, como o PMDB. O tom da crítica ganhou diferentes níveis. A maior parte dos manifestantes cobrava o impeachment de Dilma, enquanto um grupo mais exaltado, que contava com carro de som, defendia sem pudor uma "intervenção militar já" para "salvar o Brasil do comunismo".

- Sou contra qualquer ditadura, mas a se os caras não querem sair por bem, tem de ter uma força maior que tire os caras de lá - explicou o analista de sistemas Samuel Sérgio Ritter, 34 anos.

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Tema repetido nas jornadas de junho de 2013, a reforma política teve papel secundário. Um dos poucos que pregava a reforma, o estudante Matheus Garcia, 16 anos, clamava pelo fim do presidencialismo de coalizão.

- Reforma política, fim da corrupção, fim do aparelhamento da Petrobras. Tudo isso faz as pessoas protestarem aqui em Brasília. Deve terminar o presidencialismo de coalizão, que transforma Brasília e os ministérios em balcões de negócios - disse o jovem que integra o Movimento Primavera Latina.

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A Operação Lava-Jato e a corrupção na Petrobras engrossaram os temas da manifestação. Amigos criaram uma cela, feita de canos de PVC, com as fotos dos políticos investigados por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na estatal, incluindo os seis gaúchos do PP.