Parte dos alunos da rede pública estadual voltará às aulas enfrentando as mazelas de sempre. O secretário estadual da Educação, Vieira da Cunha, admite problemas estruturais e informa que pediu R$ 50 milhões para reformas emergenciais nos colégios.
Os alunos gaúchos vão começar as aulas com falta de professores?
Solicitamos autorização à Secretaria da Fazenda para chamar 540 professores concursados e para contratar outros 370 emergencialmente. Esta foi a carência identificada pelo levantamento das nossas Coordenadoria Regionais de Educação (CREs). Na medida em que as lacunas forem identificadas, tomaremos medidas para resolver.
O que será feito para pagar o pagar o piso?
O governo Sartori deu continuidade à política de pagamento de um completivo, adotada na administração anterior. Os cofres estaduais não têm condições de suportar o pagamento do piso nacional. Temos um déficit previsto para este ano de R$ 5,4 bilhões. A Fazenda calculou a repercussão financeira do pagamento do piso, seria da ordem R$ 3 bilhões. A saída seria a complementação pela União, prevista na própria lei do piso. Pela maneira como foi redigido o dispositivo, o RS ficou excluído desse aporte. Estamos mobilizando secretários do país, como também lideranças municipais, a fim de sensibilizar o governo federal para que dê uma nova redação à lei.
É rotina professores se mobilizarem e até decretarem greve a cada início de novo governo. O senhor está preocupado?
Adotamos uma postura de diálogo. O governador José Ivo Sartori fez questão de visitar a direção do Cpers. Temos esperança de que este canal de diálogo, permanentemente aberto, seja utilizado.
Qual é a situação das escolas? A meta de reformar 524 delas não foi cumprida na administração passada.
Infelizmente, há muitas escolas em situação precária. Solicitamos à Fazenda R$ 50 milhões para obras emergenciais. Algumas estão em andamento, outras vão iniciar nos próximos dias.
Há algum risco de se começar o ano com escolas de lata?
Não, não faz parte da nossa (forma de administrar). O que estamos providenciando, diante de algumas situações, é o funcionamento provisório em outros prédios, enquanto as obras se realizam. Fizemos locação de salas, acordos com prefeituras para utilizar a rede municipal, universidades estão ajudando. Nossa preocupação é não deixar as crianças sem aula. Em um ou outro caso, muito pontual, talvez seja necessário postergar o início das aulas, mas por um período muito curto.
São quantas situações de alunos que terão de estudar fora da escola?
Não tenho o número exato, até porque surgem de uma hora para outra. São casos de temporal, eventos não previstos.
A administração anterior reformou o Ensino Médio com ênfase no politécnico. Quais os seus planos?
Não tomamos uma decisão. O governo federal já declarou que pretende fazer uma profunda reforma no Ensino Médio, em função dos inaceitáveis índices de evasão e repetência, verificados em todo o país, não só no RS. Certamente faremos mudanças, mas estamos discutindo quais serão.
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