Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira em Curitiba (PR), os investigadores da Operação Lava-Jato, comandada pela Polícia Federal (PF), informaram que 11 novos operadores e 26 empresas, além da BR Distribuidora, foram citados na nona fase. Segundo o procurador-regional da República Carlos Fernando Lima, nenhum dos suspeitos têm "a força do doleiro Alberto Yousseff".
Os nomes foram conhecidos pela PF por meio de delações premiadas. De acordo com Lima, esses operadores trabalhariam próximos à Diretoria de Serviços da Petrobras. Uma empresa de Piçarras, em Santa Catarina, conforme o procurador, é investigada por um suposto esquema de contratos ilegais com a BR Distribuidora.
Ela fornecia tanques e caminhões-tanque para a Petrobras. As outras empresas, a maioria de fechada, são investigadas por fornecer notas falsas por serviços que não foram prestados. O dinheiro seria usado para corrupção.
- Não há notícias a respeito de agentes políticos, mas envolve o pagamento de propinas a funcionários da Petrobras. Os fatos envolvendo essas pessoas não são únicos, e são recentes. Cada operador teria contrato específico para o pagamento de propina - explicou Carlos Fernando Lima.
Tesoureiro do PT é chamado para depor
Na manhã de hoje, a PF avança em mais uma fase da Operação Lava-Jato. Os agentes cumprem 62 mandados - um de prisão preventiva, três de temporárias, 18 de conduções coercitivas e 40 de busca e apreensão - nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina. Um dos alvos é o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
- Queremos saber informações a respeito de doações que ele solicitou - legais ou ilegais - envolvendo pessoas que não tinham contratos com a Petrobras. Esse é, basicamente, o motivo de escutá-lo - explica Lima.
A PF também fez busca e apreensão na casa do petista. Neto foi citado por um dos delatores, Paulo Roberto Costa, que afirmou à PF que o tesoureiro recebia as parcelas do PT no esquema de pagamento de propina por grandes empreiteiras em troca de contratos com a Petrobras.
Em Santa Catarina, as ações policiais ocorrem nas cidades de Itajaí, Balneário Camboriú, Piçarras, Navegantes, Penha e Palmitos. Segundo a PF, a nona fase da Lava-Jato é fruto da análise de documentos e contratos apreendidos, das informações passadas por um dos investigados e da denúncia de uma ex-funcionária de uma das empresas investigadas.
Os investigados devem responder pelos crimes de fraude e licitação, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Deflagrada em março deste ano, a Operação Lava-Jato é uma investigação da Polícia Federal que apura desvios de recursos da Petrobras e envolve servidores públicos, políticos e empresários.
Os fatos que marcaram a operação: