A General Motors (GM) ajuizou uma ação de dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, em Campinas (SP), questionando a greve dos trabalhadores da fábrica de São José dos Campos (SP), que paralisaram as atividades nesta sexta-feira por tempo indeterminado.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, a greve foi deflagrada em protesto contra uma proposta da montadora de demitir 798 colaboradores, após período de lay-off de dois meses.
Na ação, a GM considera a greve "ilegal" e "abusiva". A montadora alega que a proposta colocada em votação pelo sindicato durante a assembleia que aprovou a greve não foi a que tinha sido apresentada pela empresa na reunião dessa quinta-feira.
A companhia afirma que propôs aos trabalhadores o lay-off "exatamente com base da lei". A montadora pontua que a greve não seguiu os ritos legais, "pois em nenhum momento o sindicato comunicou à empresa de sua intenção". A GM pede que os colaboradores voltem ao trabalho "imediatamente".
Mais cedo, a GM já tinha avisado, em nota à imprensa, que iria tomar as "medidas legais cabíveis", por não ter sido comunicada oficialmente da greve. A empresa afirmou que a decisão dos trabalhadores foi recebida com "surpresa", pois eles teriam deturpado a proposta apresentada pela montadora. Na nota, a companhia, contudo, não especificou o que teria sido deturpado. O sindicato, por sua vez, afirma que comunicou oficialmente a empresa da greve.
A ação de dissídio coletivo foi ajuizada pela General Motors às 13h55 desta sexta-feira. Até as 15h20, no entanto, ainda não havia nenhum despacho. O processo foi distribuído por sorteio para um dos desembargadores do tribunal. A assessoria de imprensa do TRT de Campinas informou que uma audiência entre a montadora e os trabalhadores deve ser marcada em breve para discutir o assunto.