Pelo menos 27 pessoas morreram em atentados realizados em Bagdá neste sábado, dia em que deixará de ser aplicado o toque de recolher noturno que estava em vigor na capital há anos, informaram fontes de segurança e médicas.
O ataque mais sangrento foi registrado em um restaurante do bairro Bagdad al Jadida (leste) por volta das 11h locais (6h em Brasília). Um suicida detonou o cinturão de explosivos que carregava deixando 22 mortos e quase 40 feridos. Anteriormente, havia sido divulgada uma contagem de 12 mortos _ depois revisada.
Até o momento o atentado não foi reivindicado, mas pode ser obra de extremistas sunitas como os do grupo Estado Islâmico (EI). Esta organização ultrarradical, presente na Síria desde 2013, se apoderou de extensas zonas do território iraquiano durante uma operação lançada em junho de 2014.
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Outro ataque deixou ao menos cinco mortos e 13 feridos em um centro comercial da capital iraquiana. Bagdá parece estar protegida de uma ofensiva dos jihadistas do EI, mas é palco de atentados com certa frequência, sobretudo contra a comunidade xiita e as forças de segurança.
No entanto, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, ordenou o levantamento do toque de recolher noturno a partir da meia-noite deste sábado (19h de Brasília) para tentar restabelecer a normalidade, apesar da guerra.
Segundo um comunicado de seu gabinete, Abadi também ordenou a reabertura de ruas importantes da capital "para facilitar a circulação de cidadãos" e que os bairros de Azamiya e Kazimiya (norte) se tornem "zonas desmilitarizadas".
O toque de recolher havia sido instaurado para tentar frear a violência, que se intensificou consideravelmente em meados dos anos 2000. As horas do toque de recolher variaram ao longo dos anos. Nos últimos tempos estava em vigor da meia-noite às 5h.
*AFP