Sem conseguir vaga na creche para os três filhos, a dona de casa Lucimara Moreira da Silva, 33 anos, moradora do Bairro Umbu, em Alvorada, já recusou três propostas de trabalho. Há quatro anos, ela busca vagas em creches para os filhos Évelin, seis anos, Éder, cinco anos e Elisandro, quatro anos. Nunca conseguiu.
- Agora, os dois mais velhos estão em idade escolar, consegui colocá-los na escola. Mas é um turno só e tem o pequeno para cuidar. O máximo que eu consigo (de trabalho) é pegar uma faxina e, quando dá, minha filha mais velha (de 17 anos) fica com eles. Mas não é sempre - lamenta Lucimara.
As mães de Alvorada são as que mais padecem no Estado em busca de vaga para as crianças. O município ocupa o último lugar no ranking de oferta de vagas segundo a Radiografia da Educação Infantil realizada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). São 17.936 crianças entre zero e cinco anos, das quais apenas 1.754 (9,78% _ o menor índice do Rio Grande do Sul) estão matriculadas em escolinhas.
Os dados levam em conta números de 2013, mas, de lá pra cá, nada mudou. O município não possui nenhuma escola municipal de educação infantil (Emei) e conta apenas com 14 escolas conveniadas _ instituições privadas que recebem recursos da prefeitura para atender alunos gratuitamente.
Educação Infantil
Alvorada ocupa o último lugar no ranking de oferta de vagas em creches
Em último lugar no ranking de oferta de vagas, Alvorada atende apenas a 9,78% das crianças entre zero e cinco anos. Mães recusam propostas de trabalho e até deixam o emprego para cuidar dos filhos
Jeniffer Gularte
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