Na segunda-feira, o ministro da Fazenda Joaquim Levy anunciou medidas para aumentar a arrecadação federal, o que implica, diretamente, mais gastos aos contribuintes. Algumas das ações começam a valer daqui a pouco mais de uma semana, entre elas, o aumento no PIS e na Cofins dos combustíveis, que deve aumentar em R$ 0,22 o preço do litro da gasolina para os motoristas a partir de 1º de fevereiro. Outro imposto que já sobe mês que vem é o IOF, aplicado sobre operações financeiras, como a compra a prazo e o pagamento de empréstimos.
Quem costuma encher o tanque do carro todos os meses já pode reservar R$ 10 a mais para cada vez que for ao posto.
- É um tipo de gasto que não tem como cortar, pois precisa de carro para tudo: ir ao mercado, trabalho e para atividades de lazer. Uma opção seria, em viagens, convidar amigos para rachar o combustível. Mas, no geral, esse é um tipo de gasto que não tem como diminuir - lamenta Cíntia Müller Leal, 39 anos.
:: Banco Central eleva juro para 12,25%
Profissionais cujo instrumento de trabalho é o carro também sentirão a alta. O litro do óleo diesel subirá R$ 0,15, impactando produtos e serviços que passam por transportadoras.
- Não temos como repassar para o consumidor, já que nosso preço é tabelado. O jeito é trabalhar mais ou diminuir a margem de lucro - afirma o taxista Carlos Adriano Matias, 43 anos.
Produtos importados, como eletrônicos, perfumes e maquiagens, também ficarão mais caros, pois a alíquota de PIS/Cofins dos itens que entram no país subirá de 9,25% para 11,75%. Outra medida anunciada foi o decreto que fará com que o comerciante atacadista pague o mesmo IPI que o fabricante de cosméticos.
Luz ainda mais cara
Ainda vale lembrar que a conta de luz de fevereiro já deve ser mais cara, com o sistema de bandeiras tarifárias. Ainda há a perspectiva de que o reajuste anual das tarifas seja de até 55% na região da AES Sul, caso o governo confirme a intenção de não subsidiar mais o setor.
Em março, começa o prazo para enviar à Receita Federal a declaração do Imposto de Renda. Ainda visando aumentar a arrecadação, Dilma vetou, nesta semana, o reajuste de 6,5% na tabela do IR e o governo deve usar o índice de 4,5%. Na prática, isso aumenta o número de pessoas obrigadas a enviar a declaração. Além disso, quem ganhou um aumento de salário maior do que 4,5% em 2014 pode passar a pagar uma alíquota maior de imposto.
PREPARE-SE
Veja abaixo como deve ser o impacto do pacote de aumentos de tributos anunciado pelo governo federal no seu bolso
Aumento da Cide
- Vendendo combustível a preços mais altos do que o mercado internacional, a Petrobras pode acabar absorvendo a Cide. O tributo aumentará o litro do combustível em cerca de R$ 0,22.
- Quem encher um tanque de 45 litros pagará R$ 10 a mais
Aumento do PIS e da Cofins
- O aumento de 9,25% para 11,75% no PIS/Cofins de importados, além de encarecer produtos vindos de fora, dá margem para que fabricantes nacionais aumentem preços.
- Se você pagava R$ 70 por um protetor solar antioleosidade, passará a pagar R$ 71,75
Elevação do IOF
- A alíquota cobrada em operações de empréstimos passará de 1,5% para 3% ao ano e deve ser repassado imediatamente ao consumidor, encarecendo a Taxa de Abertura de Crédito (TAC). Na prática, as prestações ficarão mais altas, tanto em crediários, quanto em empréstimos.
- A parcela da compra de uma geladeira de R$ 1,5 mil passará de R$ 170,96 para R$ 173,48. Ao final dos 12 meses, o cliente terá pago R$ 30 a mais
Energia Elétrica
- Com as bandeiras tarifárias, quem consome, por mês 100kwh, pagará R$ 3 a mais na conta, sempre que a bandeira for vermelha, como em janeiro.
- E se o governo realmente deixar de subsidiar as concessionárias e for confirmado o reajuste de 55%, um consumidor que gasta cerca de 100kwh terá a conta elevada de R$ 54 para R$ 78