Com o aumento de 13,01% anunciado pelo Ministério da Educação, o pagamento do piso ao magistério do RS custaria nada menos do queR$ 3,08 bilhões a mais por ano, segundo cálculos de técnicos da Secretaria da Fazenda. São R$ 225 milhões extras por mês, em uma folha de pagamento que alcança osR$ 465,7 milhões. Chega-se a esse valor usando o piso de R$ 1.917,78 como básico da carreira de 77.955 professores em atividade e 89.433 inativos.
São esses números superlativos que tiram o sono dos governadores. Não foi por maldade que Yeda Crusius não pagou o piso. Como o Estado não tinha dinheiro em caixa, ela entrou na Justiça, junto com outros governadores, mas o Supremo Tribunal Federal entendeu que o piso era constitucional. Yeda se dispôs a pagar um complemento para que ninguém recebesse menos do que o mínimo nacional, mas a proposta foi rechaçada pelo Cpers e pela oposição comandada pelo PT.
Tarso Genro, que assinou a lei, acenou com o pagamento na campanha de 2010, mas ao tomar posse constatou que a conta não cabia no orçamento do Estado, passou a defender a mudança no índice de correção e constituiu o pagamento do completivo que o PT bombardeara no governo anterior.
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José Ivo Sartori não disse que pagaria, mas o candidato do PDT e hoje secretário da Educação, Vieira da Cunha, se comprometeu com o piso e apontou como fonte de recursos uma ficção: dinheiro da União, com a mudança da lei. O resultado é que o passivo não para de crescer e os professores continuarão sem receber o valor devido.
O que Sartori terá de pagar, até porque existe um acordo do governo com o Ministério Público, é um complemento para que nenhum professor receba menos do que o piso. Esse completivo representa um custo adicional de R$ 43 milhões na folha de pagamento em 2015. Entre ativos e inativos, são 28.999 professores que receberão a partir deste mês um complemento para alcançar o piso. Em dezembro, eram 20.841.
Opinião
Rosane de Oliveira: pagamento do piso custaria R$ 3 bilhões por ano
Colunista é a titular da Política+
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