A Polícia Civil (PC) prendeu os dois suspeitos de um roubo de carro que acabou com um policial baleado na semana passada, na Capital. Ederson Gilmar Nunes, 36 anos, e Alexandre da Rosa, 41 anos, ambos com antecedentes criminais, foram capturados na manhã desta quarta-feira, no bairro Partenon, na zona leste de Porto Alegre.
Os mandados de prisão preventiva contra a dupla foram cumpridos por agentes da Delegacia de Roubos de Veículos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com o apoio de policiais da 13ª Delegacia de Polícia. Rosa foi o primeiro a ser detido e, de acordo com delegado Juliano Ferreira, responsável pela investigação, confessou participação na tentativa de roubo ao policial.
Com Nunes, que foi preso em seguida, foi apreendido um revólver calibre 38. Segundo o delegado, a arma havia sido levada em outro roubo de veículo praticado pela dupla no dia 15 de dezembro do ano passado, no bairro Partenon.
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Ferreira ressalta que os dois já eram investigados por uma série de outros ataques a motoristas e estavam atuando há pelo menos quatro meses na Capital. O alvo preferencial dos suspeitos seriam veículos novos, de modelos visados pelos receptadores como Gol, Palio e Azera, com o objetivo de clonagem e desmanche.
- Só hoje (nesta quarta-feira), conseguimos a confirmação da participação deles em outros seis roubos por reconhecimento das vítimas. Com certeza, ao longo da semana, outra dezenas de casos devem surgir - conta o delegado.
Preso já foi um dos mais procurados do Estado
Com antecedentes por tráfico e roubo a banco, Nunes já esteve na lista dos dez foragidos mais procurados do Estado em 2011. Naquele ano, ele chegou a ser preso em flagrante após levar R$ 3 mil que um homem havia acabado de sacar em um agência bancária na Rua Doutor João Inácio, no bairro São Geraldo. Conforme Juliano, nos últimos anos Nunes migrou de ramo, atraído pela lucratividade do ramo. Para cada carro roubado, segundo a polícia, a dupla receberia entre R$ 1 mil e R$ 3 mil.
- Os assaltantes de banco tem migrado para o roubo de veículos, que em ações rápidas, as vezes mais de uma por dia, eles lucram mais e com menos risco do que em ataques à agências - explica Ferreira.
O delegado acredita que a dupla presa tenha outros comparsas, que serão alvo de novas investigações. No roubo ao policial no dia 20, contudo, apenas os dois agiram. O agente da PC, que estava em férias na época do crime, saía da casa de uma irmã em seu carro particular quando teria sido abordado por Nunes e Rosa.
Os assaltantes teriam interpretado um movimento dele como reação e atiraram, atingindo de raspão o peito da vítima. A filha do policial também estava no veículo, mas escapou sem ferimentos. O comissário chegou a ser internado, mas já teve alta e passa bem. Levado, o carro foi recuperado pela polícia no dia seguinte.