A insatisfação de aliados com a montagem do primeiro escalão do governo estadual transcendeu a esfera do PSB, do PPS e do PSD, até agora os mais descontentes, e chegou ao próprio partido de José Ivo Sartori.
As relações do governador com o PMDB de Porto Alegre estão estremecidas desde que Cristiano Tatsch foi indicado, sem consulta à sigla, para a Secretaria do Planejamento. Tatsch foi alçado da prefeitura da Capital, onde era secretário de Urbanismo, para o Piratini devido a sua relação de proximidade política e amizade com Sartori e com o ex-prefeito José Fogaça. Ele não ingressou no governo como cota partidária, mas pessoal.
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Além de não opinar no processo, o diretório peemedebista da Capital ficou sem nenhum nome no secretariado de Sartori. Isso incomoda os correligionários porto-alegrenses. Eles argumentam que exerceram papel importante na disputa eleitoral, apontando principalmente a liderança do vice-prefeito Sebastião Melo, que coordenou a campanha com êxito.
Ainda contrariado, o diretório elaborou uma lista com nomes que pretende emplacar no segundo escalão do governo. O objetivo é obter a nomeação em diretorias de estatais. Constam na listagem figuras como os vereadores Idenir Cecchim e Valter Nagelstein.
Prioridade para a CEEE
Até o momento, a única nomeação confirmada nas estatais é a de Flávio Presser, à frente da Corsan. Agora, a prioridade é definir o diretor-presidente da CEEE. Nesta sexta-feira, o secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, pasta que controla a companhia de energia, participou de reuniões na Casa Civil para tratar do assunto.
A intenção é definir o nome até terça-feira. O favorito para fazer a indicação é o PSB, sendo que o ex-vice-governador Beto Grill é um dos cotados. Líder do PSB, o deputado federal Beto Albuquerque foi nesta sexta ao Piratini para conversar com Sartori. Cauteloso, negou que a sigla almeje o comando da CEEE. Outra sigla descontente, o PPS pleiteia cargos de direção para Sérgio Camps e Paulo Odone.