Um dia após a vitória da esquerda antiausteridade Syriza nas eleições legislativas gregas, a Bolsa de Valores de Atenas registrou queda de 5,5% às 8h40min (6h40min no horário de Brasília).
A vitória da esquerda radical também preocupou os mercados europeus, que registraram nesta segunda-feira, a maior queda do euro frente ao dólar em 11 anos. A moeda chegou a valer US$ 1,1088, mas subiu para US$ 1,125 mais tarde.
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As perdas nas principais bolsas européias foram: 0,63% no caso de Madri, 0,2% em Frankfurt e 0,7% em Milão. No decorrer da manhã, a queda na bolsa de Atenas diminuiu, chegando a 3,83%.
Investidores aguardam a reunião dos ministros de Finanças da UE, nesta tarde, em Bruxelas, para saber qual será a postura do bloco diante do novo governo grego. Mas não negam o "nervosismo".
Enquanto isso, a imprensa europeia se questiona qual será o comportamento do líder grego, Alexi Tsipras, diante das eventuais exigências da UE. Nesta segunda-feira, a capa do jornal francês Liberation traz Tsipras na capa, com a legenda: "o novo rosto da Europa". Mas as incertezas ainda marcam os ânimos, ao ponto de o Financial Times se perguntar se Tsipras é o novo "Lula ou Chávez"?
Na Alemanha, o governo da chanceler Angela Merkel já havia alertado que Atenas não tinha outra alternativa que manter as medidas de austeridade. No domingo, foi a vez do presidente do BC alemão, Jens Weidmann, reforçar o alerta.
- Espero que o novo governo não coloque em dúvida as expectativas e o que se obteve
até agora. É de interesse do governo grego que faça o que for possível para lidar com seus problemas estruturais.
O Syriza, que com 149 deputados ficou a dois assentos da maioria absoluta no Parlamento, aliou-se na manhã desta segunda-feira ao pequeno partido de direita nacionalista Gregos Independentes que elegeu 13 parlamentares.
Vencedor das eleições legislativas na Grécia, o partido Syriza de Alexis Tsipras defende colocar fim à austeridade na Grécia e quer negociar com os credores da UE e do FMI a redução da dívida grega.