O general Eduardo Villas Bôas será o novo comandante do Exército, onde ingressou em 1967 e tornou-se aspirante a oficial em 1973. Destacou-se à frente do Comando Militar da Amazônia. Articulado e conciliador, passou pela assessoria parlamentar do Exército. Também foi adido na China. Respondia pelo Comando de Operações Terrestres, função na qual participou das ações de segurança e defesa na Copa.
Quais os desafios para o Exército nos próximos anos?
Somos a sétima economia do mundo, pleiteamos assento no Conselho de Segurança da ONU, ou seja, temos de ter Forças Armadas modernas, capazes de se projetar em qualquer lugar que o Brasil tenha interesse. Para isso, é preciso modernizar o Exército, o que implica incorporar tecnologia.
Logo que saiu a sua nomeação, o senhor foi descrito como conciliador. Está correto?
Meu perfil não difere do militar moderno. A inteligência emocional é o mais importante, foge do estereótipo do militar carrancudo e autoritário. Os relacionamentos são importantes. Hoje, não se consegue comandar só com base na hierarquia e na disciplina. Tem de haver liderança.
Qual o ensinamento que o senhor tirou da Amazônia?
O Brasil precisa conhecer a Amazônia. Ela abriga as respostas dos principais problemas que atingem a humanidade: energia renovável, água, alimento e mudança climática. Há muita ideia preconcebida. Na questão indígena, os índios são reféns de organizações, e sem possibilidade de expressar suas reais necessidades. O Brasil precisa se debruçar mais sobre a Amazônia.