Na primeira reunião ministerial do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, Joaquim Levy (Fazenda) indicou que o ajuste fiscal é a única alternativa para recuperar as contas públicas e retomar o crescimento. Já Aloizio Mercadante, titular da Casa Civil, cobrou dos colegas empenho na defesa dos cortes de gastos e no debate com a oposição.
A reunião com os 39 ministros de Dilma ocorreu nesta terça-feira, na Granja do Torto, em Brasília. Antes de iniciar os trabalhos, a presidente fez um discurso com 34 minutos de duração, o primeiro desde a posse do segundo mandato. Na fala, a petista reforçou a necessidade de um reequilíbrio fiscal "gradual", a fim de garantir a manutenção dos programas sociais.
No encontro, que se estendeu por quatro horas, Levy apresentou um diagnóstico da situação fiscal do país, forma de convencer os demais colegas da urgência do ajuste, promovido até o momento a partir de cortes nos orçamentos dos ministérios, alta de impostos e regras mais rígidas para concessão de benefícios sociais, a exemplo do seguro-desemprego.
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O ministro da Fazenda destacou que as medidas adotadas repercutiram bem dentro do mercado, auxiliando a recuperar a confiança interna e externa no governo. Contudo, Levy reforçou que será preciso persistir na austeridade ao longo de 2015 para começar a sentir a melhora no desempenho da economia entre 2016 e 2017.
Outros integrantes da equipe econômica de Dilma também falaram na reunião. Nelson Barbosa (Planejamento) seguiu em linha similar a de Levy, enquanto Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, tratou de política monetária e do cenário internacional, apontando projeções de câmbio e inflação.
Já Aloizio Mercadante cobrou união do primeiro escalão na defesa das ações adotadas pelo governo, preocupado em melhorar sua comunicação e imagem. Mercadante sugeriu aos outros ministros que utilizem a imprensa como meio de demonstrar apoio publico aos ajustes e rebater a oposição, que critica Dilma de estelionato eleitoral.