O ataque à revista Charlie Hebdo foi planejado com uma precisão militar. Confira abaixo como aconteceu:
Quarta-feira (a linha do tempo está de acordo com o fuso horário francês)
8h30min - A revista publica um tweet com o chefe do Estado Islâmico Abu Bakr al-Baghdadi.
10h - Os jornalistas do Charlie Hebdo se encontram para a reunião editorial semanal. De acordo com o Le Monde, os terroristas sabiam da reunião, já que dificilmente os cartunistas trabalhavam todos juntos no mesmo escritório.
11h30min - Os atiradores estacionam o carro próximo ao prédio onde fica a revista, na região central de Paris. Dois homens vestidos de preto saem do veículo armados com AKs-47.
A cartunista da Corine Rey está chegando à sede do Charlie Hebdo depois de pegar a filha pequena quando os homens se aproximam dela e a obrigam a digitar o código de segurança para destrancar a porta e permitir que eles entrem. Ela não era um alvo do ataque "por ser mulher", segundo relatou ao jornal Daily Mail.
Os atiradores sobem ao segundo andar da redação, onde executam 10 pessoas: o diretor da revista, quatro cartunistas, outros jornalistas da redação, um convidado e um policial. Outras 11 pessoas ficam feridas. Os terroristas gritam "Allah Akbar" (Deus é grande) e dizem que o "profeta foi vingado".
À CNN, um dos médicos que cuidou dos feridos diz que os tiros não foram aleatórios. Os homens foram separados das mulheres e os nomes daqueles que iriam morrer foram chamados para a execução.
11h40min - Depois de ouvir o barulho dos tiros, vizinhos da região vão para o telhado dos prédios e gravam a dupla entrando no carro que haviam deixado fora do prédio. Os sobreviventes ajudam a evacuar os feridos enquanto as equipes de resgate e a polícia começam a chegar.
12h - A dupla dirige até Allee Verte e atira contra um carro da polícia que está bloqueando o caminho. Uma troca de tiros acontece. Eles dirigem por outra via e atiram em um policial Boulevard Richard Lenoir pouco depois. Primeiro apenas o machucam, depois o matam com um tiro à queima roupa enquanto ele se arrasta no chão. A cena é gravada.
Vídeo mostra terroristas executando policial na saída da sede:
13h - Os terroristas fogem para o norte de Paris, batem em um carro, abandonam o veículo onde estavam e roubam outro. Mais tarde, a polícia encontra bandeiras da jihad e coquetéis molotov dentro do carro de fuga.
18h - Milhares de pessoas se reúnem por toda França para participar de uma vigília pelos mortos.
Quinta-feira
Entre meia-noite e 3h - A polícia libera as fotos e os nomes dos três suspeitos: os irmãos Said e Chérif Kouachi, de 34 e 32 anos. O mais novo dos três, Hamyd Mourad, 18, entrega-se à polícia em Charleville-Mézières, na região de Champagne.
O que aconteceu
Três homens atacaram a sede da revista satírica francesa Charlie Hebdo, em Paris, matando pelo menos 12 pessoas. Os homens encapuzados, armados com fuzis Kalashnikov, entraram no escritório por volta do meio-dia (9h de Brasília) desta quarta-feira e abriram fogo, deixando 12 vítimas fatais - 10 jornalistas e dois policiais
Pelo menos cinco pessoas estão em estado grave. Após trocar tiros com a polícia, os terroristas fugiram do local em um carro dirigido por uma quarta pessoa em direção ao nordeste de Paris. As informações são do jornal The Guardian e da BBC News. Entre os mortos, estão o jornalista, cartunista e diretor do semanário, Stephane Charbonnier, conhecido como Charb, e três cartunistas: Cabu, Wolinski e Tignous.
Charlie Hebdo é uma revista satírica semanal conhecida pelo envolvimento em polêmicas. Um dos seus últimos tweets foi uma charge do líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi. O semanário já havia sido alvo de outros atentados: em 2011, a sede foi incendiada após a publicação de charge sobre o profeta Maomé.
Confira imagens do local do atentado:
*Zero Hora com agências