A provável causa da morte de Ronei Marcelino Pinto, 48 anos, e Jean Carlos Machado Lopes, 41 anos, teria sido politraumatismo. Após a queda de uma altura de quase 50 metros em Maquiné, os dois tiveram fraturas em diversas partes do corpo e, sem socorro imediato, não resistiram. É isso que apontou a autópsia do Instituto Médico Legal, entregue à polícia nesta terça-feira.
Os investigadores ainda não sabem especificar se haverá perícia no local e cogitam recorrer ao trabalho de alpinistas para colher informações na base da cachoeira, conhecida em Barra do Ouro como Figueirão.
Além das cinco vítimas, que são parte importante da investigação, serão ouvidos o motorista que as conduziu até o local, moradores que prestaram socorro e que guiaram o grupo, familiares, resgatistas do Corpo de Bombeiros e da Brigada Militar, entre outros.
Os equipamentos usados no rapel ainda estão na cidade. Parte ficou presa às pedras e árvores, na cachoeira, como cordas e mosquetões, e poderão ser alvos de perícia. Parte foi resgatada pelos bombeiros e entregue à Polícia Civil, que devolverá aos familiares.
As linhas de investigação ainda não foram apresentadas pelo delegado da Polícia Civil Heraldo Guerreiro, mas uma hipótese é de que uma das cordas teria sido cortada pela própria vítima para se livrar do enxame.
Daqui em diante, a polícia se ocupará de colher detalhes fundamentais para apurar o motivo exato que levou às mortes e deixou cinco feridos. Serão levados em conta detalhes como a escolha do local, o risco oferecido pela cascata, a experiência e adesão dos envolvidos no esporte de aventura. Além dos laudos do IML, serão colhidos os boletins clínicos do estado de saúde nos hospitais onde houve atendimento.
Segundo o escrivão do inquérito Rogério Machado da Silva, embora a região seja muito procurada para a prática de esportes radicais e tenha registrado algumas ocorrências em relação a desaparecimentos, afogamentos e outros acidentes, o fato é novo para a polícia local.
Os corpos das vítimas foram liberados na manhã desta terça-feira pelo IML e levados para Porto Alegre e Santana de Livramento, onde foram enterrados.
Veja fotos do local do acidente:
O acidente
O acidente acontenceu quando o grupo se preparava para descer uma cascata de 130 metros de altura quando as abelhas atacaram, por volta das 15h deste sábado. Na tentativa de fugir do enxame, um deles teria cortado a corda do equipamento e o outro fez uma descida brusca e não acionou os freios. Os demais conseguiram descer, mas também ficaram feridos.
Grupo de rapel havia sofrido incidente na mesma cascata em 2010
Dentre os cinco sobreviventes, Maicon Silva da Silva, 31 anos, e Luciano de Souza, caminharam por 15 horas no mato para pedir resgate. Os outros três sobreviventes, identificados como Flavio Rodrigo da Rosa Lopes, 37 anos, João Batista Moreira Dias, 42, e Roberto Schuster, médico de 73 anos que liderava o grupo, ficaram no local aguardando o resgate, que chegou por volta do meio-dia de domingo. Até as 6h30min desta segunda, apenas Schuster permanecia internado no Hospital de Tramandaí.
Especialistas explicam o ataque das abelhas
Veja o local onde aconteceu o acidente:
Em áudio, socorrista conta como foi o resgate:
Confira imagens do resgate: