Mais quatro testemunhas de defesa do processo criminal da Boate Kiss serão ouvidas nesta quarta-feira (17) em Santa Maria. Elas foram indicadas pela defesa de Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira. A audiência ocorre no Salão do Júri, no Fórum de Santa Maria, a partir das 9h30, e é aberta ao público.
Ao todo, 55 testemunhas de defesa serão ouvidas nesta etapa. Mais cinco depoimentos estão marcados para a quinta-feira (18). As audiências continuam nos dias 23 e 30 deste mês e serão retomados em outubro, se encerrando no dia 14, mas o juiz Ulysses Louzada pode optar por ouvir mais pessoas.
Os depoentes estão sendo questionados sobre itens de segurança e sobre as atividades dos integrantes da banda e dos responsáveis pela casa noturna. Para as cinco pessoas que depuseram nesta terça-feira (16) as perguntas foram praticamente repetições dos questionamentos feitos nas duas fases anteriores em que foram ouvidos sobreviventes e testemunhas de acusação.
Na próxima etapa, que ainda não tem data, serão ouvidos os quatro réus do processo criminal. Na sequência, o magistrado vai decidir se haverá júri ou julgamento comum. O Caso Kiss também corre nas esferas militar e cível, totalizando 15 réus.
Os réus do processo criminal
- Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios da Kiss;
- Mauro Londero Hoffmann, outro sócio da casa noturna;
- Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira;
- Luciano Bonilha Leão, produtor de palco que trabalhava para a banda Gurizada Fandangueira.
Entenda o caso
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 e resultou na morte de 242 pessoas. O fogo começou durante uma apresentação da banda Gurizada Fandangueira, quando o vocalista do grupo acendeu um artefato pirotécnico e as chamas atingiram a espuma do teto da casa noturna.
A perícia concluiu que o material não era adequado para o isolamento acústico e teria sido o responsável pela liberação de fumaça tóxica. As investigações também mostraram que o local estava superlotado na noite da tragédia, tendo apenas uma porta de entrada e saída, além de janelas obstruídas. Ainda foram constatadas irregularidades em relação aos alvarás da Kiss.